A Importância da Unidade Entre Legisladores Cristãos
Download do Estudo BíblicoA unidade dos seguidores de Jesus Cristo no centro de poder do país, do estado e das prefeituras é um tema relevante. A Bíblia tem muito a ensinar e apresenta ingredientes específicos que o cristão deve conhecer e praticar a fim de alcançar e manter a unidade.
Examinaremos detalhadamente Efésios 4.1-3 nesta empreitada. Nossa nação precisa desesperadamente que os cristãos na liderança política estejam em unidade. O que resulta de uma unidade perseverante pode e irá abençoar grandemente a nossa nação!
Continue lendo, meu amigo.
I. INTRODUÇÃO
Em Efésios 4.1-3 Paulo engendra uma grande continuidade. Ele usa a palavra portanto para sinalizar as implicações relacionadas à identidade do cristão em Cristo, que até então estava sendo descrita nos capítulos 1–3. Os três primeiros capítulos de sua carta à igreja em Éfeso referem-se principalmente à posição do cristão em Cristo: A sua ortodoxia. Nos capítulos 4 a 6 o apóstolo começa a delinear muitas características externas na vida do cristão que devem acompanhar naturalmente — se você sabe quem é em Cristo, deve viver de uma certa maneira — a sua ortopraxia. O que você crê combina com o que faz?
Ainda mais importante do que não viver de forma hipócrita é a verdade revelada na primeira parte desta passagem: Os ingredientes que criam unidade entre os cristãos. Observe Efésios 4.1-3:
“Como prisioneiro no Senhor, rogo-lhes que vivam de maneira digna da vocação que receberam. Sejam completamente humildes e dóceis, e sejam pacientes, suportando uns aos outros com amor. Façam todo o esforço para conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.”
Numa rápida análise, vemos as cinco palavras que Paulo menciona, inspirado pelo Espírito Santo, que são características — condizentes com — de alguém que foi chamado por Jesus Cristo: Humildade, gentileza, paciência, tolerância e diligência. Estes cinco ingredientes levam a preservar a unidade cristã na comunidade de poder de uma nação. Há um subsequente vínculo de paz entre os cristãos que também resulta disso.
Antes de examinarmos essas características, note primeiro o preâmbulo que descreve o modo como Paulo se vê. Ele chama a si mesmo de prisioneiro do Senhor.
A. PRISIONEIRO NO SENHOR
Certamente Paulo tinha sido preso por sua fé, mas mais importante que isso, na sua conversão na estrada de Damasco ele soube como Jesus o considerava: “Meu instrumento escolhido” (Atos 9.15). Em essência, o Senhor divinamente o aprisionou, ou melhor, o fez Seu escravo. Este é o caso de todos os que são chamados por Cristo para servi-lo, de acordo com Efésios 1.4: “Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença”. Assim, o que Paulo está prestes a dizer sobre a importância das manifestações externas do cristão, ou características, é sublinhado por seu testemunho pessoal, indicando uma obediência disposta a Cristo — que decorre do conhecimento do chamado claro de Deus em Cristo (cf. João 15.16; 1Coríntios 6.20). Um dos principais comentaristas da Bíblia coloca desta forma:
“Deus espera conformidade dentro do igreja, o corpo de Cristo. Não é uma conformidade forçada e legalista a regras e regulamentações externas, mas interior disposta à santidade, ao amor e à vontade de nosso Pai celestial, que quer que seus filhos o honrem como Pai… Quando recebemos a Cristo como Salvador nos tornamos cidadãos de seu reino e membros de sua família. Junto com essas bênçãos e privilégios também recebemos obrigações. O Senhor espera que ajamos como as novas pessoas que nos tornamos em Jesus Cristo. Ele espera que seus padrões se tornem nossos padrões, seus propósitos se tornem nossos propósitos, seus desejos, nossos desejos, sua natureza, a nossa natureza. A vida cristã é simplesmente o processo de se tornar o que você é.”
Esta explicação esclarece o que Paulo continua dizendo.
B. ROGO-LHES QUE VIVAM DE MANEIRA DIGNA DA VOCAÇÃO
Observe o que Paulo está fazendo aqui: Ele está desempenhando o papel de líder espiritual. Está rogando às pessoas! A palavra grega para rogo (deesis) é usada 19 vezes ao longo do Novo Testamento, e significa “instar, suplicar, implorar, pleitear ou exortar”. Um bom exemplo paralelo desta ideia encontra-se em Romanos 12.1: “Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês”. Em 2Timóteo 4.2, Paulo diz a seu substituto Timóteo: “Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina”. Na realidade, qualquer líder espiritual que não esteja disposto a rogar a outros cristãos que vivam de acordo com a justiça de Deus é essencialmente indiferente e afastado de seu chamado. Ele não está fazendo o trabalho dado por Deus. É incumbência de todos os pastores — e de todo seguidor de Cristo — corrigir os cristãos que estão no erro. E é minha incumbência rogar aos que entre vocês se declaram cristãos no Congresso, mas não são diligentes em preservar a unidade, que mudem a forma de agir e pratiquem o que Paulo diz.
Vamos examinar agora algumas palavras específicas desta passagem:
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- Vivam
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Esta palavra é encontrada muito facilmente ao longo do Novo Testamento e refere-se à conduta diária do cristão. Ela conota o seu dia-a-dia e capta o tema dos três capítulos restantes desta epístola: Como vivemos deve mostrar se estamos em Cristo (capítulos 1–3).
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- Digna
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No grego, apresenta a ideia de equilibrar a balança. O peso de um lado deve ser igual do outro. Você vê a conexão? Em outras palavras, nossa caminhada, nossa ortopraxia (capítulos 4–6), deve corresponder a nossa teologia, nossa ortodoxia (capítulos 1–3). Nosso viver diário deve corresponder ao — ser digno de — nosso alto chamado como filhos de Deus e co-herdeiros com Cristo.
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- Vocação
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Vocação diz respeito a ser salvo. Ninguém se torna cristão até se arrepender de seus pecados e receber a Jesus Cristo como Salvador e Senhor. A fé e o arrependimento para crer em Cristo são os dois lados da mesma moeda: A vocação de Deus para sua vida. Ninguém vem a Deus a menos que lhe seja concedida a fé para responder em arrependimento. Tal é proporcional ao chamado de Deus. A fé e o arrependimento são os componentes necessários da nossa parte em relação ao chamado soberano e efetivo de Deus para a salvação. Observe as seguintes passagens paralelas que lançam mais luz sobre a maravilhosa verdade promulgada por Deus sobre o chamado do cristão, e como essa vocação deve se manifestar em comportamento externo adequado.
Resumindo este ponto, Jesus disse: “Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, não o atrair” (João 6.44). Mais adiante, na mesma passagem, Ele reitera: “Ninguém pode vir a mim, a não ser que isto lhe seja dado pelo Pai” (v. 65). Paulo afirma em outro lugar: “E aos que predestinou, também chamou…” (Romanos 8.30).
C. DA VOCAÇÃO QUE RECEBERAM
Isso enfatiza a garantia que Paulo tinha quanto à salvação dos cristãos efésios, fornecendo assim a base para a abordagem adequada das cinco questões comportamentais que se seguem. As características necessárias para manter a unidade entre os cristãos — dos chamados de Deus.
II. HUMILDADE
A primeira palavra de Paulo que leva à unidade corporativa entre outros cristãos é a humildade. Na passagem está escrito: “Com toda a humildade”. Aqueles que professam a fé em Jesus Cristo devem ser caracterizados por ela. A fim de entender e manifestá-la adequadamente, devemos compreender o contexto teológico mais amplo do assunto. É mero desejo dizer “seja humilde” e esperar que alguém desça vários degraus no nível de altivez que possui. Para o cristão, a humildade deriva de uma compreensão clara do fato que somos a Noiva de Cristo. À primeira vista este pensamento pode parecer confuso ou desassociado. Deixe-me então explicar e ilustrar. Paulo afirma posteriormente em Efésios que o desejo supremo de Deus para a comunidade dos cristãos é algo maior do que unidade pelo bem da unidade. É “apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpável” (Efésios 5.27). Em Colossenses 1.22 o apóstolo transmite esta mesma ideia: “Mas agora ele os reconciliou pelo corpo físico de Cristo, mediante a morte, para apresentá-los diante dele santos, inculpáveis e livres de qualquer acusação”. Em essência, então, Deus está preparando uma noiva para Cristo, que é a igreja. Enquanto no Antigo Testamento Israel é retratado como a esposa do Senhor (cf. Isaías 54.5; Jeremias 3.14; Oseias 2.19-20), no Novo Testamento a igreja é vista como a Noiva de Cristo – o próprio Cristo sendo o noivo (cf. Marcos 2.20). O significado desta bela imagem é retratado ainda em Apocalipse, quando fala a respeito da segunda vinda de Cristo e Sua igreja. Observe as seguintes passagens:
A. Apocalipse 19.7
“Regozijemo-nos! Vamos nos alegrar e dar-lhe glória! Pois chegou a hora do casamento do Cordeiro, e a sua noiva já se aprontou”.
B. Apocalipse 21.2
“Vi a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, preparada como uma noiva adornada para o seu marido”.
C. Apocalipse 21.9
“Um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas sete pragas aproximou-se e me disse: ‘Venha, eu lhe mostrarei a noiva, a esposa do Cordeiro’”
Agora, o que isso tudo tem a ver com humildade? Em certo sentido, os cristãos estão aqui a passeio! Tudo na sua vida tem a ver com a manifestação da graça de Deus (cf. Efésios 2.6-7). Nossa salvação é um meio pré-orquestrado pelo qual Deus é glorificado ao nos dar seu Filho. Quando nos deparamos com essa visão teológica profunda, isso gera humildade pessoal. Nossa busca por significado pessoal deve ser eclipsada por essa profunda visão bíblica – tudo tem a ver com a glória de Deus, e não a nossa. Essa verdade deve se provar um elixir que nos torna humildes quanto à forma como nos vemos.
A BOA TEOLOGIA É O INGREDIENTE ESSENCIAL PARA UMA HUMILDADE SEMPRE PRESENTE
A fé cristã tem muito pouco a ver com você e tudo a ver com Deus. Diz respeito à glória dele, e não à sua.
III. MANSIDÃO
A segunda característica externa da nossa vocação em Cristo, ou seja, atributos que necessitam acompanhar a nossa profissão de fé em Cristo, é a mansidão. A mansidão é um ingrediente-chave para alcançar e manter a unidade. A palavra grega usada aqui para “dóceis” é praotes, que aparece em outras versões e passagens como mansidão. Praotes transmite a ideia de “poder sob controle”. Ela era usada no mundo antigo para descrever cavalos que haviam sido domesticados, subjugados e treinados. Obviamente eles continuavam fortes e vigorosos, mas estavam sujeitos ao controle do dono. A ideia de autocontrole é um primo próximo; não se engane, mansidão não é sinônimo de fraqueza. Veja abaixo um quadro geral de como a palavra é usada em outras partes da Escritura:
A mansidão precisa caracterizar a vida do cristão, que deve ser cheia de poder pela presença do Espírito Santo. Mas esse poder deve estar sob controle, regido pelos decretos de um Mestre que delega Seu poder que age em e por meio de seus embaixadores por Ele convocados. Infelizmente para a unidade entre os cristãos no centro de poder, são muitos os que citam o nome de Cristo mas não possuem mansidão, gerando então a desunião. Entretanto, há muitas excelentes ilustrações de cristãos mansos na Bíblia. Examinaremos alguns deles, observando o que mais podemos aprender.
A. JESUS
Mateus 26.47-56 registra a traição de Judas. Nesta fascinante passagem vemos a qualidade da mansidão em plena exibição por Jesus, e não por Pedro. Pedro estava pronto para atacar, mas observe a resposta de Jesus no verso 53: “Você acha que eu não posso pedir a meu Pai, e ele não colocaria imediatamente à minha disposição mais de doze legiões de anjos?”. Esta é a imagem de poder sob controle. Jesus era e é o onipotente, o soberano Rei do universo, mas optou por não usar seu poder nesta ocasião. Dito isso, observe agora Mateus 21.12: “Jesus entrou no templo e expulsou todos os que ali estavam comprando e vendendo. Derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas”. Ser uma pessoa mansa não exclui a expressão da indignação justa. Efésios 4.26 afirma isso de forma sucinta e impactante: “Quando vocês ficarem irados, não pequem”. É possível caracterizar-se por mansidão e indignação justa simultaneamente. A questão é: Que tipo de raiva você externa? É uma raiva egoísta decorrente de não conseguir o que quer ou uma indignação justa? Como você mantém essas ilustrações cristológicas em tensão? Eu sintetizo estas duas ilustrações da vida de Cristo da seguinte forma:
MANSIDÃO É PODER EM RESERVA, QUE SEMPRE ESTÁ SENSÍVEL À VONTADE DE DEUS
Provérbios 16.32 ilustra vividamente o valor de um espírito manso — mas não de bode expiatório: “Melhor é o homem paciente do que o guerreiro, mais vale controlar o seu espírito do que conquistar uma cidade”. Pessoas poderosas e com altíssimo autocontrole atraem outras. Há uma confiança na sua liderança, na sua personalidade. Elas são unificadoras.
B. MOISÉS
Podemos obter outras perspectivas desta qualidade biblicamente desejada observando a vida de Moisés. Deus diz a respeito dele em Números 12.3: “Ora, Moisés era um homem muito paciente, mais do que qualquer outro que havia na terra”. Ao mesmo tempo, observe a percepção que Moisés tinha de si mesmo, conforme o registro de Êxodo 4.10: “Disse, porém, Moisés ao Senhor: ‘Ó Senhor! Nunca tive facilidade para falar, nem no passado nem agora que falaste a teu servo. Não consigo falar bem!’”. Declarando primeiramente a percepção que Moisés tinha de si mesmo, olhe para as diversas passagens de Números e Êxodo, onde vemos sua realização:
1. Confrontou o faraó em nome do Senhor.
2. Confrontou Israel a respeito da idolatria.
3. Confrontou o Senhor para que perdoasse o pecado de Israel.
Como você explica essa aparente dicotomia? A resposta é: Sua confiança não estava em si mesmo! Estava nos atributos, nas promessas e no poder de Deus. Quem é manso não se preocupa em construir sua imagem, pois não tem ambição egoísta. Não é prisioneiro de sua autoimagem.
O HOMEM MANSO TEM UM IMAGEM ALTRUÍSTA
O manso foca na obediência a Deus e em defender a honra do nome dele, seus atributos, justiça e objetivos. Isso é refletido na vida dos apóstolos que se entregaram inteiramente para o avanço do Evangelho.
C. PAULO
Paulo escreveu em Gálatas 2.20: “Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim”. O seu grau de mansidão é diretamente proporcional e relacionado ao seu grau de altruísmo. Em contraste com a delicadeza e a mansidão está a raiva pecaminosa. A raiva sempre decorre de incapacidade de alcançar ou cumprir desejos egoístas. Assim, quando você estiver irritado, pergunte-se: A quem estou servindo? Pessoas mansas podem responder com gentileza porque se preocupam apenas em servir ao Senhor. O cristão cujo foco principal está em si mesmo acaba sendo agente de divisão no corpo de Cristo da comunidade parlamentar.
IV. A PACIÊNCIA QUE MOSTRA TOLERÂNCIA
A terceira característica que Paulo enumera para se alcançar e manter a unidade entre os cristãos nesta magnífica passagem é a paciência.
Quando implora ao cristão que seja paciente, não está dizendo que devemos ser pacientes com o erro a ponto de tolerá-lo. Um exemplo claro disso está em Gálatas 1.9, onde enfaticamente afirma: “Como já dissemos, agora repito: Se alguém lhes anuncia um evangelho diferente daquele que já receberam, que seja amaldiçoado”. E em Apocalipse 2.2 João cita Jesus ao dirigir-se à igreja de Éfeso: “Conheço as suas obras, o seu trabalho árduo e a sua perseverança. Sei que você não pode tolerar homens maus, que pôs à prova os que dizem ser apóstolos mas não são, e descobriu que eles eram impostores”. Paulo não está sugerindo que os cristãos tenham paciência com a falsa doutrina.
Como uma esponja, muitos são aqueles que são pacientes, toleram e absorvem tudo que atravessa seu caminho. Por outro lado, conhecemos aqueles no Congresso que, por causa da verdade, não mostram nenhuma paciência com os que estão no erro. Estes últimos podem ser comparados a um “sino que ressoa ou a um prato que retine” (cf. 1Coríntios 13.1), ou seja, estão sem amor. Certamente Paulo confrontou o erro de frente; mas lembre-se também que ele escreveu 1Coríntios 13.1. Você se parece com Cristo neste quesito? Exibe simultaneamente os atributos de Deus de retidão e paciência? Provérbios 3.3 descreve bem esta tensão: “Que o amor e a fidelidade jamais o abandonem; prenda-os ao redor do seu pescoço, escreva-os na tábua do seu coração”.
A palavra grega para paciência é makrothumia, que também é traduzida como paciente e longânimo em outros lugares na Escritura. Sequencialmente, a paciência decorre da humildade e da mansidão.
A PACIÊNCIA GERMINA APENAS EM SOLO QUE CONTÉM RICA MISTURA DE HUMILDADE E MANSIDÃO
Os que são humildes, mansos e pacientes reconhecem a soberana graça de Deus em suas vidas. Portanto, estão em um estado de espírito que irá manifestar essas características para com os outros — assim como Deus faz. Observe como a paciência se manifesta nos exemplos bíblicos apresentados a seguir.
A. NOÉ
Noé simplesmente me impressiona. Ele é o primeiro com quem quero conversar quando chegar ao céu. Podemos extrair, a partir de Gênesis 6.9, que Noé foi obediente a Deus (6.22 e 7.5) por 120 anos construindo a arca! Não havia oceanos ou lagos por perto quando Deus o incumbiu desta tarefa. Não havia nem mesmo chuva. Mas ainda assim, em obediência, ele fiel e pacientemente seguiu o projeto de Deus na construção de uma enorme arca. E enquanto labutava diariamente nesta construção, fielmente pregou a seus vizinhos sobre o juízo iminente de Deus. Hebreus 11.7 afirma: “Pela fé Noé, quando avisado a respeito de coisas que ainda não se viam, movido por santo temor, construiu uma arca para salvar sua família…”. E tenha em mente que somente 120 anos depois ele experimentou o fruto do seu trabalho. Mas o tempo todo pacientemente correu atrás do objetivo que Deus lhe havia dado.
A SENADORES, DEPUTADOS E OUTROS QUE RECLAMAM QUE AINDA NÃO CONSEGUIRAM MUDAR A CAPITAL DO PODER (MESMO DEPOIS DE ESTAR NO CARGO POR UM LONGO TEMPO), RECOMENDO QUE OBSERVEM A VIDA DE NOÉ
Mas, digo mais uma vez, como não cair na tentação da impaciência se não estivermos regularmente ligados a um estudo bíblico com outros membros que podem nos incentivar a perseverar na paciência?
B. ABRAÃO
Em Gênesis 12.2 Deus prometeu que seus descendentes seriam um grande nação, mas Abraão somente teve Isaque aos 100 anos de idade! Durante este longo período de espera, Paulo diz a respeito dele: “Mesmo assim, não duvidou nem foi incrédulo em relação à promessa de Deus, mas foi fortalecido em sua fé e deu glória a Deus” (Romanos 4.20). Sua fé está sendo fortalecida à medida que você espera em Deus para que cumpra sua vocação em e por meio de sua vida? Talvez Ele não possa usá-lo porque você ainda não está espiritualmente maduro o suficiente – como fica evidente por sua impaciência. Tenha em mente o que o escritor de Hebreus disse sobre Abraão: “E foi assim que, depois de esperar pacientemente, Abraão alcançou a promessa” (Hebreus 6.15).
C. MOISÉS
Moisés preferiu “ser maltratado com o povo de Deus a desfrutar os prazeres do pecado durante algum tempo. Por amor de Cristo, considerou sua desonra uma riqueza maior do que os tesouros do Egito, porque contemplava a sua recompensa. Pela fé saiu do Egito, não temendo a ira do rei, e perseverou, porque via aquele que é invisível” (Hebreus 11.25-27). Eis aqui um homem que deliberadamente trocou o Ritz Carlton por uma caminhada de 40 anos no deserto. Moisés perseverou. Ele não negociou seu chamado, embora fosse muito mais difícil do que qualquer chamado no centro de poder de nossa nação. Em obediência, Moisés pacientemente confiou a Deus o propósito e a direção de sua vida.
D. JEREMIAS
Em Jeremias, o profeta é instruído por Deus a ser obediente – mas perceba que, ao fazê-lo, Deus declara que ninguém ouviria a sua mensagem! Deus disse-lhe: “‘Antes de formá-lo no ventre eu o escolhi; antes de você nascer, eu o separei e o designei profeta às nações. (…) E você, prepare-se! Vá dizer-lhes tudo o que eu ordenar. Não fique aterrorizado por causa deles, senão eu o aterrorizarei diante deles. E hoje eu faço de você uma cidade fortificada, uma coluna de ferro e um muro de bronze, contra toda a terra: contra os reis de Judá, seus oficiais, seus sacerdotes e o povo da terra. Eles lutarão contra você, mas não o vencerão, pois eu estou com você e o protegerei’, diz o Senhor” (Jeremias 1.5,17-19).
JEREMIAS NÃO FICOU ATERRORIZADO PORQUE ESTAVA CONSCIENTE DE SUA VOCAÇÃO. O MESMO PODE SER DITO SOBRE VOCÊ?
Jeremias era um homem paciente. O mesmo pode ser dito sobre Isaías. A nação não deu ouvidos a ele nem abandonou os pecados. Tiago 5.10 afirma sobre estes homens de Deus: “Irmãos, tenham os profetas que falaram em nome do Senhor como exemplo de paciência diante do sofrimento”. Como membro do Congresso, você está atento à paciência do profeta? Os profetas do passado são um exemplo de paciência para você?
E. JESUS
Jesus é o nosso exemplo supremo de paciência. Hebreus 12.2 afirma que devemos ter “os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus”. Aqui também é demonstrada a tolerância: Relegando a si mesmo pelos propósitos supremos de Deus para sua glória, não importa o sacrifício ou o custo pessoal. Um importante comentarista diz:
“O santo paciente aceita o plano de Deus para tudo, sem questionar ou resmungar. Ele não reclama quando seu chamado parece menos glamoroso do que o de outra pessoa ou quando o Senhor o envia para um lugar perigoso ou difícil. Ele se lembra de que Deus, o Filho, deixou sua casa celestial de amor, santidade e glória para vir à terra e ser odiado, rejeitado, cuspido e crucificado — sem uma vez sequer pagar o mal com o mal ou reclamar a seu Pai.”
Amado parlamentar, o mesmo pode ser dito sobre sua pessoa? Você é paciente no que diz respeito à sua vocação no Congresso? A paciência é um ingrediente primordial para a conquista e a manutenção da unidade.
V. ESFORÇANDO-SE PARA CONSERVAR A UNIDADE
Esta é a última qualidade que Paulo menciona como ingrediente para se alcançar e manter a unidade no corpo de Cristo. Paulo diz: “Façam todo o esforço para conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz”. Esforçar-se é a aplicação perseverante das características supramencionadas que temos estudado. Por que devemos fazer todo esse esforço? Porque a soma de praticá-las é a chave para manter a unidade no corpo de Cristo.
A UNIDADE DOS CRISTÃOS NO CONGRESSO É CRUCIAL PARA A SAÚDE E A CONDUÇÃO DA NAÇÃO
A unidade entre os cristãos é crucial porque, biblicamente falando, ela realiza pelo menos três coisas. Será que a razão de nosso Congresso ter sido rotulado como “Congresso que não faz nada” não é a falta de unidade entre os cristãos? Quando três aspectos da unidade forem manifestos entre eles na liderança política, facilitará uma química que é boa para alcançar as coisas que serão para o benefício da nação. A seguir, estão as razões teológicas pelas quais a unidade é tão importante e por que Deus abençoa aqueles que são diligentes em sua busca.
A. A UNIDADE REFLETE A PRÓPRIA NATUREZA DE DEUS
Em Efésios 4.4-6 Paulo continua a falar das razões pelas quais a unidade é tão importante: “Há um só corpo e um só Espírito, assim como a esperança para a qual vocês foram chamados é uma só; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos, que é sobre todos, por meio de todos e em todos”. Se o corpo de Cristo deve ser a representação de Cristo no Congresso entre a primeira e a segunda vinda de Cristo, então ele precisa refletir a natureza de Deus por meio da unidade entre os cristãos, mostrando isso para os de fora. A unidade reflete a natureza Deus: O próprio Deus são três pessoas distintas de mesma essência (uma descrição clássica da Trindade). É extremamente incoerente imaginar que um corpo desunido de cristãos seja hoje uma representação de Cristo. A desunião não reflete sua natureza divina. A unidade reflete sua natureza divina. Assim, na comunidade parlamentar a unidade dos que confiam somente em Cristo para sua salvação é um assunto muito sério.
1. Filipenses 1.27
“Não importa o que aconteça, exerçam a sua cidadania de maneira digna do evangelho de Cristo, para que assim, quer eu vá e os veja, quer apenas ouça a seu respeito em minha ausência, fique eu sabendo que vocês permanecem firmes num só espírito, lutando unânimes pela fé evangélica.”
Não deve haver desunião em relação ao propósito e alvo supremo de todos os cristãos: A fé evangélica, que refere-se ao conjunto de verdades em relação à fé cristã (cf. 1Coríntios 15.3-4; Judas 3; Romanos 1.1; Gálatas 1.7). Os seguidores de Cristo que têm outras prioridades que eclipsam a pregação do Evangelho irão inevitavelmente trazer a desunião para o corpo de Cristo no Congresso, simplesmente porque enxergam seus propósitos de forma diferente do que a Escritura diz que deviam ser. Quando o cristão tem uma agenda acima da agenda de Deus, ele se conduz mal e gera desunião.
2. Filipenses 2.2
“Completem a minha alegria, tendo o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude.”
Esta passagem sublinha também a necessidade do corpo de cristãos ter unidade de propósito. A unidade de propósito reflete a presença de Deus e sua natureza divina. Jesus afirma em João 17.22, ao comunicar-se com Deus Pai: “Dei-lhes a glória que me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um”.
B. A UNIDADE PROCLAMA CRISTO AOS NÃO-SALVOS
Em João 17.23 o escritor do Evangelho registra a porção anterior da oração sacerdotal de Jesus. Mas João registra o que Jesus continua a dizer: “Eu neles e tu em mim. Que eles sejam levados à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me enviaste, e os amaste como igualmente me amaste”.
A UNIDADE DO CORPO TESTIFICA A REALIDADE DE CRISTO NO CORAÇÃO DE QUEM AINDA NÃO FOI REGENERADO
Assim, a unidade do corpo no Congresso é extremamente importante para a eficácia de nosso testemunho geral aos incrédulos. Se formos aperfeiçoados em unidade, Deus nos promete que a comunidade saberá que Deus enviou Cristo para pagar os seus pecados.
Observe de novo, em Filipenses 1.27, a expressão “lutando unânimes” (sunathlountes). Sun é um prefixo que significa “juntos” ou “com”. O radical athlountes é familiar para todos nós. Derivamos a palavra atleta a partir dele, que também é usado com este sentido por Paulo em 2Timóteo 2.5. Paulo utilizou o espetáculo de gladiadores para comunicar a tenacidade feroz que precisamos possuir ao ficarmos juntos para proclamar o evangelho. A unidade é extremamente importante. Precisamos mantê-la entre os cristãos no Congresso.
C. A UNIDADE FACILITA O CRESCIMENTO ESPIRITUAL
Efésios 4.13 declara: “Até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo”. Aqui a questão da unidade diz respeito à maturidade espiritual. Aqueles que se separam do corpo dos cristãos não possuem maturidade espiritual, visto que desobedecem às Escrituras. Hebreus 10.25 afirma: “Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns…”. A unidade do corpo não é apenas uma questão de obediência às Escrituras, mas o desígnio de Deus para alcançar o crescimento espiritual em sua vida. Em Efésios 4.14 Paulo declara (a partir do contexto e fluxo da passagem) um dos resultados da unidade: “Não sejamos mais como crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem jogados para cá e para lá por todo vento de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro”. A palavra para astúcia (panourgia) traz a ideia de “manipulação inteligente do erro para se parecer com a verdade”. Infelizmente há muitos que são crianças hoje no corpo de Cristo, como fica evidente por sua independência para com o corpo maior dos cristãos: Estar ausente é ser desunido. Mostre-me um “cristão” que rejeita a unidade e abandona a assembleia e eu lhe mostrarei alguém que é facilmente influenciado por todo vento de doutrina, ou que se torna impaciente.
Em oposição a isso, Efésios 4.16 continua a dizer o que acontece com um corpo comprometido. Seus membros praticam seus dons espirituais uns com os outros e edificam-se mutuamente. Note como isso é comunicado metaforicamente por Paulo: “Dele todo o corpo, ajustado e unido pelo auxílio de todas as juntas, cresce e edifica-se a si mesmo em amor, na medida em que cada parte realiza a sua função”. Esse é um benefício maravilhoso, concebido por Deus para aqueles que estão comprometidos com a unidade entre os cristãos. Eles podem ser encorajados a longo prazo.
VI. SUMÁRIO
A unidade dos cristãos em qualquer Congresso ou Assembleia — seja nas cidades, capitais dos estados ou na capital do país – é um assunto muito importante em relação à saúde e preservação da nação. Quando os cristãos estão unidos na liderança da nação é que ela está na posição para Deus abençoá-la de maneiras excessivamente abundantes — além do que você possa pedir ou pensar. Portanto, é de suma importância descobrir o que a Escritura apresenta como os principais componentes da unidade, sua realização e manutenção. Esta passagem fala disso de maneira poderosa. Esses ingredientes são a humildade, a mansidão, a paciência, a tolerância e a diligência. Quando praticados, promovem a unidade corporativa entre o corpo de Cristo na comunidade legislativa ou em qualquer outro lugar. Que Deus nos ajude a desenvolver cada uma dessas qualidades de caráter.cm
Ralph Drollinger