Como Escolher Bons Líderes Espirituais
Download do Estudo BíblicoCom certeza você é muito cuidadoso, consciente e sábio em relação a quem contrata em seu gabinete. Os procedimentos que segue em relação à efetivação ajudam a garantir que consiga encontrar quem procura.
Mas será que você usa a mesma análise criteriosa na escolha de um pastor e uma igreja em que você e sua família obterão uma dieta espiritual adequada?
Muitos legisladores e autoridades simplesmente vão à igreja onde sua família sempre foi. Mas, como mostram os primeiros capítulos de Apocalipse, as igrejas mudam – assim como os pastores.
Este estudo — Como escolher bons líderes espirituais — ajudará você a ter discernimento, quando se trata de escolher um treinador espiritual bom e fundamentado na Bíblia para a sua vida.
I. INTRODUÇÃO
Atualmente há muitas ideias sobre como um pastor é ou deve ser. Alguns o veem como o ursinho de pelúcia agradável, que oferece abraços e anda ao seu lado. Outros como o líder do evento do domingo de manhã e que é o CEO de boa aparência com uma estratégia envolvente de marketing. Ainda outros veem o pastor como alguém que pode curar as doenças físicas dos congregados simplesmente por um toque (na tela plana). Há os que mal podem esperar para serem animados por meio da mensagem de prosperidade da semana. E ainda há aqueles que os veem como profissionais impessoais e contidos, vestidos de preto e intocáveis.
Em meio a essas percepções variadas de um pastor, como as Escrituras dizem que ele deve ser? O que você acha que faz de alguém um bom pastor? A resposta a esta pergunta é obtida estudando as cartas conhecidas como Epístolas Pastorais do Novo Testamento: 1Timóteo, 2Timóteo e Tito.
II. PASSAGENS PRELIMINARES
De longe o maior número de passagens relacionadas aos pastores tem a ver com seu encargo de ensinar e pregar a Palavra de Deus. A enorme quantidade desses mandamentos supera em muito qualquer outro aspecto da descrição deste trabalho dado por Deus. Isso por si só serve para indicar que a primazia do pastoreio está relacionada ao ensino e à pregação da Palavra.
A. 1TIMÓTEO 5.17
Observe esta ênfase, que é ilustrada em várias passagens, começando por 1Timóteo 5.17:
“Os presbíteros que lideram bem a igreja são dignos de dupla honra, especialmente aqueles cujo trabalho é a pregação e o ensino.”
B. ATOS 20.27
Em Atos, em relação aos presbíteros de Éfeso com quem Paulo trabalhou no ministério por três anos, ele afirma:
“Pois não deixei de proclamar-lhes toda a vontade de Deus.”
C. COLOSSENSES 1.25
“Dela me tornei ministro de acordo com a responsabilidade por Deus a mim atribuída de apresentar-lhes plenamente a palavra de Deus.”
Nestas três passagens a ênfase do ministério dos apóstolos era proclamar a Palavra. E como veremos, essa mesma perspectiva sobre o ministério foi transmitida dos apóstolos para os líderes da igreja do primeiro século, como evidenciam as Epístolas Pastorais.
III. PASSAGENS POSICIONAIS ENFATIZANDO O ENSINO
Um dos principais textos que ressaltam a proeminência do pastor como mestre encontra-se em Efésios 4.11, onde está revelado o tipo de liderança que Jesus Cristo tem dado e pretende para o Corpo de Cristo em sua ausência física (entre a primeira e a segunda encarnação):
“E ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres.”
Neste texto estão listadas quatro diferentes posições de liderança que Deus designa para edificar seu corpo. Sobretudo, há uma distinção em Efésios e em outras partes do Novo Testamento, entre os dons espirituais — dons que todos os cristãos recebem no momento da salvação — e aqueles que Deus dá como dons para conduzir seu corpo entre a primeira e a segunda vinda de Cristo. Os dons espirituais são dados a cada membro do corpo (Efésios 4.16) e, além desse fato, Deus dá certos indivíduos como presentes à sua igreja para amadurecê-la. Ao passo que as posições de liderança de Apóstolos e Profetas se relacionam principalmente com os anos apostólicos e formativos da Era da Igreja (como narrado em Atos), as posições de liderança predominantes dadas por Cristo hoje são as de Evangelista e de Pastor-Mestre.
IV. PRINCIPAIS PASSAGENS ENFATIZANDO O ENSINO
O Pastor-Mestre é melhor entendido como uma só pessoa em Efésios 4.11. Embora algumas Bíblias traduzam o grego com o significado de pastores e mestres, um estudo cuidadoso do Novo Testamento (na minha opinião e na de outros) apoia a ideia de uma pessoa e um ofício. Em outras palavras, Cristo presenteia sua igreja com um pastor que é mestre e um mestre que é pastor. Eles andam juntos. Em um sentido pragmático, é difícil pastorear efetivamente sem ensinar as Escrituras, e é difícil ensinar eficazmente sem pastorear. Aqueles que são mestres e não são pastores não devem ser pastores principais, e talvez sirvam melhor ensinando em seminários ou escrevendo livros.
Além de uma conexão pragmática, gramaticalmente aqui está o porquê de muitos comentaristas acreditarem ser este o caso: A conjunção “e” (kai), que é encontrada entre os dois substantivos, muitas vezes significa “que é” ou “em particular” na língua grega. Assim, se esse é o uso intencional aqui, mestres (didaskalos) é um descritivo de pastores(poimen). Ou seja, “Pastores, em particular, Mestres”. Esta evidência é inconclusiva sozinha, mas considere 1Pedro 5.1-2:
“Portanto, apelo para os presbíteros [presbuteros] que há entre vocês, e o faço na qualidade de presbítero como eles e testemunha dos sofrimentos de Cristo, como alguém que participará da glória a ser revelada: Pastoreiem [poimen] o rebanho de Deus que está aos seus cuidados. Olhem por ele [episkopeo]…”
As três palavras usadas distintivamente — presbíteros, pastoreiem e olhem — mas que alternadamente descrevem a mesma pessoa e posição. Ou seja, presbíteros e bispos são outros títulos usados para descrever pastores. Observe o mesmo em Atos 20.17,28:
“De Mileto, Paulo mandou chamar os presbíteros [presbuteros] da igreja de Éfeso.”
Mais tarde, na passagem, ele afirma a esses presbíteros:
“Cuidem de vocês mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo os colocou como bispos [episkopos], para pastorearem [poimen] a igreja de Deus, que ele comprou com o seu próprio sangue.”
Mais uma vez, presbíteros e bispos são descritores da mesma pessoa, que é o pastor. Cada nome é um aspecto definido da mesma pessoa e cargo dado por Cristo à igreja. Afirma um comentarista: “Estas são maneiras diferentes de identificar a mesma pessoa”.
Agora adicione o seguinte: Nas Epístolas Pastorais, mais especificamente 1Timóteo 3 e Tito 1, que revelam as qualificações para aqueles que são chamados por Cristo como líderes no corpo de Cristo, as listas de qualificados começam respectivamente com um bispo [episcope] e nomear presbíteros [presbuteros]…
Cada passagem passa a definir e descrever um bispo presbítero como aquele que é “apto para ensinar” (1Timóteo 3.2; Tito 1.5). Siga a conclusão dedutiva aqui: Se Pastor é outro nome para Bispo ou Presbítero, por conclusão do parágrafo anterior então é lógico que, de acordo com o último parágrafo, Pastor é aquele que é “apto para ensinar”. Essas várias passagens, combinadas, parecem concluir que todo pastor é aquele que é “apto para ensinar” a Palavra de Deus… Um Pastor–Mestre.
Por que todos esses detalhes sobre um ponto aparentemente pequeno? Porque é uma visão enorme em relação ao tema da escolha de um bom mentor/treinador espiritual (pastor):
ALGUNS PASTORES NÃO SÃO MESTRES DA BÍBLIA E ALGUNS MESTRES DA BÍBLIA NÃO SÃO PASTORES
Escolha então um que seja ambos. Seu treinador espiritual precisa amá-lo e orientá-lo enquanto se esforça para ensinar-lhe a Palavra de Deus. Não se contente com menos, meu amigo. Você pode ver, por meio dos meus estudos, que trabalho duro no ensino bíblico no Capitólio.
Como vimos nas passagens anteriores e em muitas outras, os descritivos são os principais títulos intercambiáveis que Deus usa para identificar aqueles que realmente deu ao corpo de Cristo hoje. Dada esta informação, Deus espera que você, um cristão, reflita sobre isso! Não escolha um pastor que não seja mestre. E também, por ser igualmente ruim, não escolha um mestre que não seja pastor. Veja ainda 1João 4.1:
“Amados, não creiam em qualquer espírito, mas examinem os espíritos para ver se eles procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo.”
É preciso discernir se um líder espiritual é realmente enviado por Deus ao perguntar primeiramente: Ele ao menos ensina a Bíblia? E em segundo lugar, se ensina, até que ponto o faz? Atos 17.11 afirma sobre os cristãos bereanos:
“… pois receberam a mensagem com grande interesse, examinando todos os dias as Escrituras, para ver se tudo era assim mesmo.”
Jesus advertiu sobre a verdadeira fé em Mateus 7.20-21:
“Assim, pelos seus frutos vocês os reconhecerão! ‘Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.”
Escolha sabiamente o seu pastor. Certifique-se de que ele está ensinando a Palavra de Deus.
V. APLICAÇÃO
A pergunta “Como avalio meu pastor?” é apropriada e/ou justa a se fazer? Acho que sim.
Avaliar corretamente outra pessoa (como você faz com aqueles que querem trabalhar em seu gabinete) relaciona-se ao bom senso. Apesar de Deus condenar aqueles que possuem um espírito de julgamento hipócrita semelhante aos fariseus (cf. Mateus 7.1), todo cristão deve possuir um discernimento cuidadoso, especialmente quando se trata de assuntos espirituais. Talvez a melhor maneira de pensar sobre isso seja a seguinte: É necessário ser criterioso. Todos nós conhecemos fariseus que são desprezíveis em seus tons condescendentes de autojustiça piedosa, porém, ninguém encontra culpa em um indivíduo caracterizado pela sensatez e bons critérios. João 7.24 afirma:
“Não julguem apenas pela aparência, mas façam julgamentos justos.”
Na verdade, ter critérios — ou melhor, discernimento — é necessário, a fim de amar adequadamente. Filipenses 1.9 afirma:
“Esta é a minha oração: que o amor de vocês aumente cada vez mais em conhecimento e em toda a percepção.”
Escolha sabiamente, meu amigo, aquele que irá pastoreá-lo em ambas as extremidades de sua vocação geograficamente dividida.
SEMELHANTE A JULGAR E DISTINGUIR A SEGURANÇA DO PERIGO É A CAPACIDADE DE JULGAR E DISTINGUIR A VERDADE DO ERRO
O critério espiritual é necessário para alguém que deseja obedecer a Jesus em relação a pastores inadequados ou até mesmo falsos mestres. É preciso discernir quando se trata de avaliar bons e maus pastores. Certifique-se, também, que você não está seguindo um pastor que simplesmente está lisonjeando você. Pastores reais falarão a verdade com o risco de perder sua amizade.
Muitas vezes os cristãos pensam incorretamente: “Não devo julgar”. Enquanto isso, continuam a seguir pastoresineficazes, que não conseguem levar seus congregados ao amadurecimento porque servem uma dieta bíblica de baixa proteína. Não-discernimento é outra maneira de soletrar ingenuidade ou imprudência. Provérbios chama esses indivíduos de “tolos”. “Não devo julgar” às vezes pode ser um “manto espiritual” cobrindo a falta de visão bíblica aplicada ou a coragem necessária.
VI. RESUMO
Associe-se a um pastor que irá estimular seu crescimento espiritual por meio do ensino e da pregação da Palavra. Ao mesmo tempo, associe-se a um pastor que irá estimular o crescimento espiritual pastoreando o seu coração nos bons e nos maus momentos.
Esta seleção fará uma diferença enorme em seu crescimento nas décadas seguintes. Hebreus 5.14 fala sobre como aprender os preceitos de Deus desenvolve nosso critério espiritual:
“Mas o alimento sólido é para os adultos, os quais, pelo exercício constante, tornaram-se aptos para discernir tanto o bem quanto o mal.”
A negligência bíblica leva à ingenuidade espiritual. A capacidade de “examinar os espíritos” (1João 4.1) implica em possuir perspicácia teológica. Provérbios 1.22 diz: “Até quando vocês, inexperientes, irão contentar-se com a sua inexperiência?”. Provérbios 14.15 e Efésios 5.17 afirmam:
“O inexperiente acredita em qualquer coisa, mas o homem prudente vê bem onde pisa.”
“Portanto, não sejam insensatos, mas procurem compreender qual é a vontade do Senhor.”
Seja perspicaz. Pergunte criteriosamente: “Será que o pastor que eu estou seguindo realmente me pastoreia? Será que ele possui um amor genuíno pelas pessoas, bem como a habilidade e o compromisso de ensinar a Bíblia?”. Essas perguntas são emblemáticas do tipo de ideias e decisões que Deus espera de você.cm