I.      UMA INTRODUÇÃO AOS DONS ESPIRITUAIS

O corpo de Cristo funciona como foi planejado por Cristo apenas quando os crentes entram em contato com as pessoas e praticam seus dons espirituais; é assim que Jesus ministra por meio de seus escolhidos em seu corpo. O estudo desta semana é uma visão geral dos dons espirituais em um determinado corpo de crentes. 1Coríntios 12.4-6 afirma:

“Há diferentes tipos de dons, mas o Espírito é o mesmo. Há diferentes tipos de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Há diferentes formas de atuação, mas é o mesmo Deus quem efetua tudo em todos.”

Deus presenteia de forma diversificada e sobrenatural (no momento da salvação) todos os que depositaram sua fé nele. Por isso, é importante que você entenda, descubra e pratique o dom concedido por Deus e que se concentre nele com o propósito de edificar o corpo de Cristo, não apenas em seu distrito natal, mas no lugar aonde Deus o enviou.

1.     Como Efésios 5.17 ressalta o que foi dito acima?

“Portanto, não sejam insensatos, mas procurem compreender qual é a vontade do Senhor.”

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2.     O que Mateus 5.15-16 afirma?

“E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Pelo contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus.”

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Note que os dons espirituais diferem dos talentos. Crentes e descrentes compartilham habilidades naturais. Um ateu ou agnóstico pode ser um talentoso orador, advogado, pintor ou astrofísico. Os dons espirituais, por outro lado, diferem: Eles estão presentes apenas por intermédio da salvação e equipam apenas os crentes exclusiva e especificamente para que ministrem a outros. Todo crente se destaca e alcança seu ministério pessoal à medida que pratica o que Deus, em sua soberania, o capacitou especialmente para fazer. Após a salvação, cada crente tem suas próprias capacidades espirituais especiais, limitadas, com as quais Deus o capacitou a ministrar mais efetivamente a outras pessoas.

Ao falar de dons espirituais, Romanos 12.4-5 afirma: “Assim como cada um de nós tem um corpo com muitos membros e esses membros não exercem todos a mesma função, assim também em Cristo nós, que somos muitos, formamos um corpo, e cada membro está ligado a todos os outros.”

3.     O que 1Coríntios 12.11 afirma?

“Todas essas coisas, porém, são realizadas pelo mesmo e único Espírito, e ele as distribui individualmente, a cada um, conforme quer.”

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Quais são, então, esses dons espirituais? A seguir apresentamos uma lista abrangente de dons espirituais biblicamente descritos, categorizados em três áreas:

Uma vez que o estudo desta semana não pretende ser uma investigação abrangente de todos, trabalharemos apenas três dons verbais e três de serviço. Com isso teremos uma ampla visão de como Deus projetou sua igreja, o corpo de Cristo, para transformar as pessoas à sua semelhança. Deus forneceu um meio pelo qual podemos cada vez mais conhecer Jesus – e não fazemos isso sozinhos.

 

II.     PERSPECTIVA GERAL DOS DONS ESPIRITUAIS

Antes de examinarmos especificamente seis dos dons, uma perspectiva adicional será útil:

A.     OS DONS NÃO SÃO BEM EMBRULHADOS

Observe que 1Coríntios 12.4-6 incorpora um uso triplo da palavra “variedade”. Devidamente compreendidos, os dons são semelhantes a uma paleta de cores primárias com as quais o Senhor mistura, incorpora e pinta obras-primas inéditas.

1.     O que Efésios 2.10 diz?

“Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que nós as praticássemos.”

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Há muitos graus e combinações de um dom. Lembre-se que 1Coríntios 12.11 diz que Deus “… as distribui individualmente, a cada um, conforme quer”.

2.     O que 1Pedro 4.10 afirma?

“Cada um exerça o dom que recebeu para servir aos outros, administrando fielmente a graça de Deus em suas múltiplas formas.”

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B.     OS DONS DESTINAM-SE A BENEFICIAR OUTRAS PESSOAS

1Coríntios 12.7 afirma que os dons espirituais servem “ao bem comum”. Bem (sumpheron) significa “reunir” ou “conferir um benefício”. Em 1Coríntios 12.5 a palavra ministérios (diakonia) pode ser traduzida como “serviços”. Então, a grande ideia é que os dons espirituais são destinados por Jesus para servir às pessoas.

1.     Por que, de acordo com Marcos 10.45, Jesus veio ao mundo?

“Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.”

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Os dons espirituais dos crentes são destinado ao benefício do próximo. Para completar, veja 1Pedro 4.10, “… exerça o dom que recebeu para servir aos outros…”. Pense de forma altruísta sobre seus dons espirituais: Deus dá um ou mais deles a você, mas não para você. Eles devem ser usados para servir aos outros e edificá-los. Quanto mais fizer isso, maior será sua paz interior e sua realização.

C.     OS DONS DEVEM SER PRATICADOS EM HUMILDADE

No final de1Coríntios12, no verso 31, Paulo diz: “… busquem com dedicação os melhores dons. Passo agora a mostrar-lhes um caminho ainda mais excelente”. Buscar com dedicação (zeloo) poderia ser traduzido como “orgulhosamente”. No contexto, pode-se cair na armadilha de desejar certos dons espirituais para ser como outra pessoa. O “caminho ainda mais excelente”, no entanto, não é ter uma atitude egocêntrica sobre os dons, mas querer amar e servir da maneira mais adequada.

1Coríntios 13 segue imediatamente o contexto da admoestação de Paulo. Observe que o capítulo 13 é apresentado em contraste à conclusão de 1Coríntios 12 (divisões de capítulos não faziam parte dos manuscritos originais).

“Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine. Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas, mas não tiver amor, nada serei. Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, mas não tiver amor, nada disso me valerá. O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca perece; mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará. Pois em parte conhecemos e em parte profetizamos; quando, porém, vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá. Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino. Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido. Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor.”

É com espírito de humildade que devemos nos incumbir daquilo que o Senhor nos deu ao edificar a vida das pessoas e refletir a glória dele.

D.     RESUMO EM PERSPECTIVA

QUANTO MAIS CONHECEMOS E INVESTIGAMOS O CONTEÚDO BÍBLICO DE CADA DOM, MAIS PODEMOS ESPERAR A POSSIBILIDADE DE UM APERFEIÇOAMENTO PESSOAL

Isso é extremamente importante para que você entenda o papel que precisa assumir para alcançar o grande plano de Deus! Maturidade espiritual – conhecer a Jesus – significa que é preciso compreender como Deus pretende usá-lo especificamente na edificação do corpo de Cristo.

1.     O que Efésios 2.22 afirma?

“Nele vocês também estão sendo juntamente edificados, para se tornarem morada de Deus por seu Espírito.”

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III. OS DONS DE EXPRESSÃO VERBAL OU ELOCUÇÃO

Na visão geral dos dons espirituais, este estudo examinará os que estão listados em Romanos 12.6-8:

“Temos diferentes dons, de acordo com a graça que nos foi dada. Se alguém tem o dom de profetizar, use-o na proporção da sua fé. Se o seu dom é servir, sirva; se é ensinar, ensine; se é dar ânimo, que assim faça; se é contribuir, que contribua generosamente; se é exercer liderança, que a exerça com zelo; se é mostrar misericórdia, que o faça com alegria.”

A.     O DOM DE PROFECIA

A palavra grega para profecia (profeteia) literal e simplesmente significa “falar por” ou “proclamar”, e pode ser mais bem entendida como o dom atual de pregar. Em 1Coríntios 14.3, Paulo disse: “Mas quem profetiza o faz para a edificação, encorajamento e consolação dos homens”. Portanto, o dom da profecia de hoje tem tudo a ver com anunciar a Palavra de Deus. Em essência, é o dom de ser o porta-voz público de Deus; uma capacitação muito séria e importante, pela graça de Deus, que alguns líderes da igreja e alguns legisladores cristãos possuem.

Algumas vezes, Deus usa seus porta-vozes públicos para não apenas falar por Ele, mas para prever eventos futuros e dar novas revelações. Mas agora que as Escrituras estão completas e o cânon está fechado, parece viável que o dom da profecia se manifeste principalmente por meio de alguém que proclame a vontade de Deus utilizando a enunciação e a pregação da Palavra escrita.

1.     Como Apocalipse 22.18-19 nos leva a entender que profecia se refere hoje à proclamação da Palavra?

“Declaro a todos os que ouvem as palavras da profecia deste livro: se alguém lhe acrescentar algo, Deus lhe acrescentará as pragas descritas neste livro. Se alguém tirar alguma palavra deste livro de profecia, Deus tirará dele a sua parte na árvore da vida e na cidade santa, que são descritas neste livro.”

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Talvez seja necessário compreender um pouco melhor. Aqueles que acreditam que o elemento de revelação deste dom não existe mais são conhecidos hoje como “cessacionistas”.

Eles acreditam que os elementos do dom de prever e fornecer novas revelações, como visto no Antigo Testamento (AT) e durante o tempo dos apóstolos, não permanecem mais operacionais hoje. Aqueles que acreditam que os elementos de revelação do dom permanecem operacionais são conhecidos como “continuístas”, e dentro do Evangelicalismo são conhecidos como “carismáticos” ou “pentecostais”. Defender qualquer posição requer uma discussão teológica complexa que ultrapassa o propósito deste estudo. Pessoalmente, eu costumo ver isso como Calvino, que aqueles dotados de profecia são instrumentos de Deus para tornar conhecida a Palavra com poder, clareza e autoridade. Calvino disse: “A profecia neste dia na igreja cristã não é nada além da compreensão correta das Escrituras, e da peculiar faculdade de explicá-la”. Basta dizer que não vejo razão para o corpo de Cristo se dividir sobre essa questão – especialmente em um posto estratégico para Cristo como a capital. Entretanto, ambos os campos teológicos concordariam com o seguinte:

 

B.     O DOM DE ENSINAR

A palavra grega para ensinar é didaskalia. Ela diz respeito tanto ao que é ensinado quanto ao ato de ensinar. Já o “didática” significa “técnica de ensinar”. Kaleo é ainda mais fácil de transliterar, significando “chamar”. O crente que possui essa capacitação divina tem a habilidade de interpretar e apresentar a verdade de Deus de maneiras compreensíveis.

1.     Como o apóstolo Paulo evidencia sua posse deste dom em Atos 20.27?

“Pois não deixei de proclamar-lhes toda a vontade de Deus.”

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O dom de ensino é a capacidade de “dar instruções sistemáticas e regulares da Palavra de Deus”. Uma característica da igreja do primeiro século era um ensino forte e regular.

2.     O que Atos 2.42 afirma ser característico da igreja do primeiro século?

“Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações.”

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O dom do ensino é de vital importância para o crescimento do corpo de Cristo, no cumprimento da Grande Comissão: “Ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei” é sinônimo de “vão e façam discípulos de todas as nações” (cf. Mateus 28.19-20). Para que o corpo de Cristo seja obediente às suas primeiras instruções, deve haver ensinamento sistemático da Palavra de Deus. Se você seguir minha lógica, se esse dom não for praticado não haverá discípulo, e haverá menos agentes maduros salgando e iluminando a capital como resultado! (E é preciso acrescentar que William Penn disse que bons corações são a base de boas leis.) Segue-se que se alguém está falando sério sobre se tornar discípulo, vai se alinhar com outros que possuem este dom. Por que se recusar a abrir um presente?

3.     Qual é a diferença entre o dom de profecia e o de ensino?

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Aqui vai uma dica: Não tem a ver com conteúdo, mas com habilidade. O primeiro tem o dom de proclamar, o último de instruir sistemática e regularmente. Em Atos 17 vemos o dom da profecia de Paulo em seu discurso único no meio do Areópago aos cidadãos de Atenas. E como observado anteriormente em Atos 20, seu dom de ensinar está em ação: Ele já havia passado três anos edificando os bispos efésios (cf. v. 31). Ambos os dons são necessários para amadurecer o corpo.

4.     Em Lucas 24.27,32, como os dois discípulos na estrada para Emaús ilustram os efeitos de transformação de vida que esses dons causam?

“E começando por Moisés e todos os profetas, explicou-lhes o que constava a respeito dele em todas as Escrituras… Perguntaram-se um ao outro: ‘Não estavam ardendo os nossos corações dentro de nós, enquanto ele nos falava no caminho e nos expunha as Escrituras?’.”

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Finalmente, aquele que é líder na obra de Deus deve ser capaz de ensinar. 1Timóteo 3.2 diz:

“É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, sóbrio, prudente, respeitável, hospitaleiro e apto para ensinar…”

Tenha cuidado com qualquer um que atue como líder espiritual de alguma forma e não esteja em uma função de ensino bíblico. Um navio sem um leme estável não faz nenhum progresso mensurável. A liderança espiritual sem ensino bíblico tende a se afastar da Palavra de Deus e discípulos não são feitos – nem no final do dia haverá fortes agentes de preservação e iluminação (sal e luz) na capital.

C.     O DOM DA EXORTAÇÃO

A palavra grega para exortação (parakaleo) é uma combinação de duas palavras: para que significa “junto”, e, como visto anteriormente, kaleo, que significa “chamar”. Literalmente essa pessoa é talentosa, chamada a “vir ao lado do próximo”. Uma característica de quem possui esse dom é sua propensão de aproximar das pessoas a fim de incentivar, aconselhar, fortalecer, alertar e/ou confortar. O dom é manifestado pela capacidade de caminhar junto com alguém que está sofrendo, desencorajado ou deprimido. É a habilidade sobrenatural de carregar os fardos do outro.

1.     Em Atos 14.21-22, como Paulo e Barnabé retratam esse dom?

“Eles pregaram as boas novas naquela cidade e fizeram muitos discípulos. Então voltaram para Listra, Icônio e Antioquia, fortalecendo os discípulos e encorajando-os a permanecer na fé, dizendo: ‘É necessário que passemos por muitas tribulações para entrarmos no Reino de Deus’.”

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O dom da exortação é sublinhado também em Hebreus, onde o escritor adverte aos crentes: “E consideremo-nos uns aos outros para incentivar-nos ao amor e às boas obras. Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas encorajemo-nos uns aos outros…” (10.24-25). Você possui a habilidade divina de encorajar os outros na capital? Você a pratica?

É CRUCIALMENTE IMPORTANTE PRATICAR O DOM DE EXORTAÇÃO NA CAPITAL, ESPECIALMENTE EM UM CONGRESSO IDEOLOGICAMENTE CHEIO DE IMPASSES ONDE ESTE DOM É POUCO EMPREGADO

Aqueles que se apegam a valores e políticas bíblicos precisam ser constantemente encorajados por outros crentes que possuem esse dom a permanecer firmes!

D.     RESUMO SOBRE ESSES TRÊS DONS DA PALAVRA

Considerando que o dom da profecia proclama a verdade da Palavra, o ensino a sistematiza e a torna simples de entender e o dom da exortação ajuda a integrar as suas verdades. O exortador chama outros à obediência e estilos de vida fiéis consistentes com as verdades proclamadas e ensinadas das Escrituras. Cada um desses dons da palavra é necessário para amadurecer os crentes em Cristo. Como com Paulo, às vezes os três existem e são maravilhosamente misturados em uma variedade de combinações dentro da mesma pessoa. Não importa qual seja o seu grau de dom, vamos todos ser maduros no uso que fazemos deles!

1.     O que Paulo disse aos crentes em Roma, em Romanos 12.11, no contexto e em relação à prática dos dons espirituais?

“Nunca lhes falte o zelo, sejam fervorosos no espírito, sirvam ao Senhor.”

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IV.     OS DONS DE SERVIÇO

A seguir, examinaremos três dos dons listados na passagem-chave de Romanos 12.6-8 – liderança, serviço e contribuição:

“Temos diferentes dons, de acordo com a graça que nos foi dada. Se alguém tem o dom de profetizar, use-o na proporção da sua fé. Se o seu dom é servir, sirva; se é ensinar, ensine; se é dar ânimo, que assim faça; se é contribuir, que contribua generosamente; se é exercer liderança, que a exerça com zelo; se é mostrar misericórdia, que o faça com alegria.”

Você possui um ou mais desses dons? Se assim for, como o emprega no seu chamado para ministrar em casa e no Congresso?

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A.     O DOM DA LIDERANÇA

A palavra grega para liderança (proistemi) listada em Romanos 12 significa “se apresentar”. Esta palavra é encontrada também em 1Timóteo 3.4-5,12, fazendo referência à liderança da família (traduzida como “governar”):

“Ele deve governar bem sua própria família, tendo os filhos sujeitos a ele, com toda a dignidade. Pois, se alguém não sabe governar sua própria família, como poderá cuidar da igreja de Deus?… O diácono deve ser marido de uma só mulher e governar bem seus filhos e sua própria casa.”

Na lista de dons espirituais em 1Coríntios 12, Paulo se refere a esse mesmo dom usando a palavra kubernesis, que significa “guiar”. Ela também é encontrada em outro lugar no Novo Testamento (NT), referindo-se a um piloto ou timoneiro: “Aquele que governa o timão das embarcações” (Cf. Atos 27.11 e Apocalipse 18.17).

Talvez a melhor maneira de explicar o dom espiritual da liderança seja ilustrando como o povo de Deus fica sem a presença dele. Na primeira carta a Corinto, Paulo não faz menção a operação deste dom. Por causa disso, a anarquia – grave degeneração espiritual e moral – caracterizou a igreja.

1.     Em Juízes 21.25 há um versículo de alerta representando o vazio de liderança de Israel neste período de sua história. No que isso resultou?

“Naquela época não havia rei em Israel; cada um fazia o que lhe parecia certo.”

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Tanto Corinto quanto o período dos Juízes ilustram o que acontece quando o dom da liderança não é praticado no corpo de Cristo.

2.     O que Paulo disse (ao falar com a igreja de Roma em Romanos 12.8) que aquele que possui esse dom deveria praticar?

“… se é dar ânimo, que assim faça; se é contribuir, que contribua generosamente; se é exercer liderança, que a exerça com zelo; se é mostrar misericórdia, que o faça com alegria.”

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A palavra para zelo (spoude) significa “seriedade e diligência”. É usado assim em Marcos 6.25, onde a filha da esposa do irmão de Herodes (ou seja, a dançarina de Herodes) pede a cabeça de João Batista. A passagem afirma: “Imediatamente a jovem apressou-se (lit.: spoude) em apresentar-se ao rei com o pedido: ‘Desejo que me dês agora mesmo a cabeça de João Batista num prato’.” Lucas 1.39-40 diz: “Naqueles dias, Maria preparou-se e foi depressa(lit.: spoude) para a uma cidade da região montanhosa da Judeia, onde entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel”.

3.     O que o uso das palavras acima sugere que deve ser característico de quem possui este dom hoje em dia?

Se alguém tem esse dom, precisa ir atrás de exercê-lo. Essa pessoa saberá o que Deus quer e precisa realizar e será capaz de fazer com que outros o sigam na tarefa. Há pressa em seus passos; para ela não haverá procrastinação e ociosidade! Embora existam muitos traços desprezíveis na vida do general Patton (não que o menor deles fosse sua teologia), ele possuía vividamente o atributo de tenaz constância, seriedade e zelo por um objetivo. Um desejo ardente e convincente de alcançar um objetivo caracterizará plenamente esse dom.

O DOM ESPIRITUAL MADURO DA LIDERANÇA É DISTINGUIDO PELA REALIZAÇÃO DE OBJETIVOS PRECIOSOS AO CORAÇÃO DE DEUS – O QUE INCLUI GANHAR ALMAS E EDIFICAR O REINO DE MANEIRAS ESTRATÉGICAS

A paixão para liderar no corpo de Cristo e pilotar o navio não deve derivar de motivos de glória pessoal. Em vez disso, este impulso de autoesquecimento germina a partir da triste realidade de que as pessoas que não conhecem o Salvador estão indo para uma eternidade sem Deus. Oh, que possamos chegar ao Congresso com o evangelho salvador de Cristo! Oh, que possamos plantar 50 ministérios em nossos 50 Capitólios estaduais, milhares de ministérios nas prefeituras das cidades e distritos e 200 ministérios em 200 capitais federais estrangeiras nos próximos 20 anos! Isso precisa ser um trabalho em equipe!

B.     O DOM DE SERVIÇO

O dom espiritual do serviço (diakonia) é descrito com a mesma raiz da qual deriva o ofício eclesiástico de diácono ou diaconisa. Estes ofícios são retratados em 1Timóteo 3.8-13. Embora nem todos com o dom do serviço mantenham o ofício de diácono, a investigação bíblica dessa função lançará luz sobre a compreensão deste dom:

“Os diáconos igualmente devem ser dignos, homens de palavra, não amigos de muito vinho nem de lucros desonestos. Devem apegar-se ao mistério da fé com a consciência limpa. Devem ser primeiramente experimentados; depois, se não houver nada contra eles, que atuem como diáconos. As mulheres igualmente sejam dignas, não caluniadoras, mas sóbrias e confiáveis em tudo. O diácono deve ser marido de uma só mulher e governar bem seus filhos e sua própria casa. Os que servirem bem alcançarão uma excelente posição e grande determinação na fé em Cristo Jesus.”

Em Atos 6.1-6, a igreja estava crescendo tão rápido que a liderança não conseguia acompanhar todas as demandas práticas.

“Naqueles dias, crescendo o número de discípulos, os judeus de fala grega entre eles queixaram-se dos judeus de fala hebraica, porque suas viúvas estavam sendo esquecidas na distribuição diária de alimento. Por isso os Doze reuniram todos os discípulos e disseram: ‘Não é certo negligenciarmos o ministério da palavra de Deus, a fim de servir às mesas. Irmãos, escolham entre vocês sete homens de bom testemunho, cheios do Espírito e de sabedoria. Passaremos a eles essa tarefa e nos dedicaremos à oração e ao ministério da palavra.’ Tal proposta agradou a todos. Então escolheram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, além de Filipe, Prócoro, Nicanor, Timom, Pármenas e Nicolau, um convertido ao judaísmo, proveniente de Antioquia. Apresentaram esses homens aos apóstolos, os quais oraram e lhes impuseram as mãos.”

1.     Como os líderes da igreja responderam a essas necessidades?

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Vendo essa distinção, observe que em 1Timóteo 3.8-13 a única diferença entre as qualificações de bispo ou supervisor na igreja (1Timóteo 3.1-7) e diácono é a capacidade de ensinar:

“Esta afirmação é digna de confiança: se alguém deseja ser bispo, deseja uma nobre função. É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, sóbrio, prudente, respeitável, hospitaleiro e apto para ensinar; não deve ser apegado ao vinho, nem violento, mas sim amável, pacífico e não apegado ao dinheiro. Ele deve governar bem sua própria família, tendo os filhos sujeitos a ele, com toda a dignidade. Pois, se alguém não sabe governar sua própria família, como poderá cuidar da igreja de Deus? Não pode ser recém-convertido, para que não se ensoberbeça e caia na mesma condenação em que caiu o diabo. Também deve ter boa reputação perante os de fora, para que não caia em descrédito nem na cilada do diabo.”

Assim, Deus presenteia seu corpo com homens e mulheres que servem para liberar aqueles dotados a proclamar, ensinar e exortar o corpo (os três dons da palavra mencionados anteriormente). Eles fazem isso assumindo todas as tarefas necessárias para manter os dons da palavra totalmente operacionais: Dons que requerem longas horas de preparação para serem eficazes. O resultado dessa simbiose é um corpo crescente e florescente de crentes cujas necessidades espirituais e práticas são supridas em abundância.

Por fim, o dom do serviço é amplo em sua aplicação. (É semelhante ao dom de prestar ajuda descrito em 1Coríntios 12.28.) É um dom prático motivando aqueles que o possuem a cuidar das pequenas coisas, que muitas vezes parecem menos importantes para outras pessoas. Quem tem esse dom muitas vezes fica “invisível” e bastante contente por passar despercebido, sem ser reconhecido. O que quer que façam, fazem para a glória de Jesus Cristo (cf. Colossenses 3.17) e só para Ele. Assim, elas ficam muito felizes em seu humilde serviço nos bastidores.

C.     O DOM DA LIBERALIDADE

Outro presente que Deus dá é o dom da liberalidade (metadidomi). A palavra grega significa “compartilhar e dar o que é seu”. Aqueles que possuem esse dom são motivados a dar seu tempo, talento e tesouro sacrificialmente – e com grande alegria. Paulo ilustrou este dom quando falou à igreja em Tessalônica: “Sentindo, assim, tanta afeição por vocês, decidimos dar-lhes [metadidomi] não somente o evangelho de Deus, mas também a nossa própria vida, porque vocês se tornaram muito amados por nós” (1Tessalonicenses 2.8). João Batista disse: “… Quem tem duas túnicas reparta-as [metadidomi] com quem não tem nenhuma; e quem tem comida faça o mesmo” (Lucas 3.11).

Ao descrever este dom, Paulo disse: “Ordene-lhes que pratiquem o bem, sejam ricos em boas obras, generosos e prontos para repartir” (1Timóteo 6.18). A palavra liberalidade (haplotes) passou a significar “generosidade”. Um comentarista diz: “A liberalidade é ‘o coração aberto que não é contaminado pela afetação ou motivos ocultos’”. O dom de dar não é para si mesmo, mas de si mesmo.

1.     Qual é o oposto do espírito deste dom exibido em Mateus 6.2 e por quem?

“Portanto, quando você der esmola, não anuncie isso com trombetas, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, a fim de serem honrados pelos outros. Eu lhes garanto que eles já receberam sua plena recompensa.”

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Os santos com o dom de dar e repartir muitas vezes possuem a capacidade de adquirir recursos e criar riqueza. Deus não pretende que a riqueza que dá seja acumulada por aquele que possui o dom. Em vez disso, aqueles assim tão dotados precisam se ver como administradores das posses de Deus. Como um capitalista de risco estuda cuidadosamente seus investimentos – onde eles podem obter o maior retorno – aquele dotado da liberalidade pergunta: “Onde posso investir na obra de Deus para trazer o maior retorno das almas e o avanço estratégico do reino de Deus no longo prazo?”. Esta é a séria responsabilidade de quem possui esse dom – muitas vezes sabiamente acoplando recursos com os dons de liderança e proclamação para avançar a obra de Deus na terra.

 

V.      RESUMO DOS DONS

Espero que este breve estudo sobre dons (me ocorre que você pode não achar que tenha sido breve!) tenha apresentado uma visão de como Deus pretende que o corpo dele funcione, não apenas em termos de amadurecimento pessoal, mas de testemunho.

Ao longo dos meus anos de ministério, notei que alguns congressistas em seu distrito se identificam como cristãos, mas “mantêm sua religião para si” no Congresso; por alguma razão eles equivocadamente permanecem em silêncio em Washington, D. C. Tal posição, embora talvez politicamente conveniente, opõe-se diretamente à instrução de Jesus no Sermão do Monte. Mateus 5.14-16 afirma:

“Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Pelo contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus.”

Os verdadeiros seguidores de Cristo precisam se lembrar:

DEUS O CHAMOU AO CONGRESSO PARA ALÉM DE FINS LEGISLATIVOS!

Seja diligente, portanto, no cumprimento de seu chamado. Quando deixar o cargo você terá alcançado o impacto final em relação aos enormes sacrifícios que está fazendo para estar aqui? Você será capaz de dizer o mesmo que o apóstolo Paulo ao final de seu serviço: “Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé” (2Timóteo 4.7)? Deus o colocou na capital para fazer a diferença – não apenas legislativamente, mas espiritualmente na vida de outros. Segue-se que você deve fazer um esforço conjunto para praticar seus dons espirituais aqui e ter um impacto espiritual. Tal ênfase inevitavelmente levará a um maior impacto legislativo. Pense nisso.

1.     O que Paulo instruiu Timóteo a fazer em 2Timóteo 1.6?

“Por essa razão, torno a lembrar-lhe que mantenha viva a chama do dom de Deus que está em você mediante a imposição das minhas mãos.”

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Para que o corpo de Cristo floresça, todos os crentes precisam usar – e às vezes renovar, aprimorar e concentrar – seus propósitos e ênfases no ministério. Lembre-se, as pessoas dependem de você para exercer seus dons! Foi assim que Deus planejou. Então, use-os!