A Defesa Bíblica De Israel | Parte 1
Download do Estudo BíblicoÉ possível argumentar de forma imediata e convincente, a partir das Escrituras, por que a América deve estar comprometida com Israel? A título de introdução, acredito que, no sentido de colheita e semeadura, a América prosperou maravilhosamente porque nossa fundação cultural vem de tudo o que Israel historicamente nos garantiu, em relação à verdade bíblica pertinente. Sem dúvida, as verdades bíblicas emprestadas do Israel histórico forneceram as amarras culturais para a América histórica. Pode-se chamar isso sumariamente de nossa união filosófica com Israel. Senão por outras razões, ao menos devemos lealdade a Israel por causa de nossa dívida de gratidão. Mas há muitas outras razões bíblicas que vou apresentar neste estudo.
I. INTRODUÇÃO
A Palavra de Deus contém uma garantia clara, absoluta e atemporal em relação à Promessa Abraâmica de Gênesis 12.3a: “Abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem”. A história pontua vividamente essa verdade. A América está entre as nações que têm demonstrado apoio de longa data a Israel. O presidente Harry Truman reconheceu o Estado soberano de Israel 11 minutos após a assinatura da Declaração de Independência israelense em 14 de maio de 1948. Se você é abençoado por apoiar Israel, como tem sido a nossa nação, ou amaldiçoado por tentar destruí-la, como a antiga Babilônia, a Alemanha de Hitler ou as nações árabes atuais, uma coisa é certa: Este povo e país são superespeciais – separados por Deus de todos os outros. Nenhum outro país se compara, porque na Antiga Aliança Deus escolheu Israel para ser seu povo como uma luz para todas as outras nações gentílicas do mundo (cf. Isaías 60; 62); eles eram um povo separado para Sua própria posse (Êxodo 19.5-6). Assim, o povo judeu tem um lugar muito especial no coração de Deus.
Mas por que você e nossa nação devem permanecer firmes aliados de Israel? Mais uma vez, você pode argumentar de forma imediata e convincente a partir das Escrituras por que isso deve acontecer?
Pelo menos três razões pragmáticas descrevem por que nossa nação deve apoiar Israel.
II. RAZÕES PRAGMÁTICAS PARA APOIAR ISRAEL
A. ISRAEL É LEGÍTIMO
Em 1948, quando Israel se tornou nação, outros 160 países a reconheceram como uma democracia não racista. Na verdade, árabes ocupam cargos públicos no Knesset (Parlamento israelense) e altas patentes militares. Esta nação acredita que as pessoas são feitas à imagem de Deus e dotadas de direitos inalienáveis.
B. ISRAEL É CONFIÁVEL
O Oriente Médio está cada vez mais tumultuado, e precisamos de um aliado para nos protegermos. A América precisa de um aliado confiável nesta área do mundo devido à ameaça nuclear recém-aprimorada do Irã, que tem repetidamente declarado seu ódio pela América.
C. ISRAEL É INTELIGENTE
Muito avanço científico e tecnológico foi alcançado por Israel. A gestão financeira1 e o processamento de informações fizeram dessa nação uma líder mundial. Agora sem tendências econômicas socialistas anteriores, seu estrondoso espírito empreendedor de livre mercado faz dela uma potência no mercado internacional e um parceiro comercial incrível. O livro de George Gilder, The Israel Test, documenta as contribuições historicamente gigantescas da raça judaica para o bem da humanidade.2 (Este livro de leitura obrigatória ajuda a explicar por que outras nações têm tanto ciúme de Israel.)
Mas acima dessas excelentes razões pragmáticas sobre por que a América deve apoiar Israel, está a razão bíblica. A seguir, apresentamos uma defesa exegética; os três principais capítulos bíblicos quando estudados juntos exclamam por que todo legislador, líder governamental, cidadão e ser humano deveria fazer amizade com Israel.3 Todos os crentes precisam ter Gênesis 12, Romanos 11 e Apocalipse 7 na ponta da língua, bem como a destreza intelectual quando se trata desta questão pertinente.
III. GÊNESIS 12
Em Gênesis 12.1-2 Deus faz uma promessa a Abrão, que é um dos patriarcas da nação de Israel. Mas antes de examinar essa promessa em detalhes é importante entender todo o Gênesis. Há duas divisões principais no livro, cada uma possuindo quatro subpontos. A primeira parte (1– 11) diz respeito aos primórdios: A Criação, a Queda, o Dilúvio e a Dispersão. A segunda parte (12–50) diz respeito aos Patriarcas: Abraão, Isaque, Jacó e José. Este estudo começa no início da segunda porção, onde Deus escolhe um homem de quem Ele gerará família, tribo e uma nação inteira – a nação de Israel, nação distinta como foi descrito pelo próprio Deus em Êxodo 19.5-6; Deuteronômio 7.6-8; e Êxodo 19.6, respecti-vamente:
“Agora, se me obedecerem fielmente e guardarem a minha aliança, vocês serão o meu tesouro pessoal dentre todas as nações. Embora toda a terra seja minha, vocês serão para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa. Essas são as palavras que você dirá aos israelitas.”
“Pois vocês são um povo santo para o Senhor, o seu Deus. O Senhor, o seu Deus, os escolheu dentre todos os povos da face da terra para ser o seu povo, o seu tesouro pessoal. O Senhor não se afeiçoou a vocês nem os escolheu por serem mais numerosos do que os outros povos, pois vocês eram o menor de todos os povos. Mas foi porque o Senhor os amou e por causa do juramento que fez aos seus antepassados. Por isso ele os tirou com mão poderosa e os redimiu da terra da escravidão, do poder do faraó, rei do Egito.”
“Vocês serão para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa…”
Deus fez três promessas unilaterais a Abrão: Uma terra, uma semente e uma bênção como evidenciado nesta passagem (Gênesis 12.1-2).
“Então o Senhor disse a Abrão: ‘Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei. Farei de você um grande povo, e o abençoarei. Tornarei famoso o seu nome, e você será uma bênção’.”
É nessas passagens supracitadas das Escrituras que começa a defesa a favor de ser pró-Israel. Destaca-se aqui que a promessa de Deus em Gênesis 12 inclui uma terra que está em outro lugar, descrita como a terra de Canaã (cf. Gênesis 17.8).4 Mais uma vez, a promessa da terra é fundamental para este estudo porque em Gênesis 12.3, anteriormente citado no prólogo, Deus afirma as consequências de não ser aliado de Israel na terra deles:
“Abençoarei os que o abençoarem, e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem; e por meio de você todos os povos da terra serão abençoados.”
À primeira vista, esta passagem parece bastante simples, exceto por isso: Será que as promessas que Deus fez a Israel evaporam para sempre devido à sua posterior rejeição ao Messias, Jesus Cristo? Muitos evangélicos hoje responderiam afirmativamente. Eles argumentam que devido à rejeição de Israel a Jesus, Deus os substituiu pela Igreja. Essa doutrina, chamada Teologia da Substituição (ou Supersessionismo), vem em muitas versões. Ela defende que as alianças feitas a Abraão (cf. Gênesis 15.18) e subsequentes a Israel no Antigo Testamento (AT) são nulas, vazias e espiritualmente transferidas à Igreja na Nova Aliança do Novo Testamento (NT), e agora são cumpridas mais em um sentido espiritual de compreensão do que físico.
O problema com essa visão, como veremos neste estudo e no que se segue na próxima semana, é que muitas passagens ao longo da Bíblia indicam que Deus não encerrou sua aliança para sempre com Israel. Observe para começar as passagens em Gênesis que usam palavras com sentido ilimitado: Palavras como descendentes, para sempre e eternasao descrever a natureza da promessa da terra. Observe atentamente Gênesis 12.7:
“O Senhor apareceu a Abrão e disse: ‘À sua descendência darei esta terra’. Abrão construiu ali um altar dedicado ao Senhor, que lhe havia aparecido.”
Não há qualificação ou limitação relativa à compreensão do significado de Deus aos descendentes nesta passagem. O mesmo acontece em 13.15. Observe a expressão para sempre:
“Toda a terra que você está vendo darei a você e à sua descendência para sempre.”
Em 17.7, direcione seus olhos para o pacto eterno:
“Estabelecerei a minha aliança como aliança eterna entre mim e você e os seus futuros descendentes, para ser o seu Deus e o Deus dos seus descendentes.”
O direito de Israel de manter a terra devido à aliança eterna de Deus com ela é chamado de propriedade perpétua em 17.8:
“Toda a terra de Canaã, onde agora você é estrangeiro, darei como propriedade perpétua a você e a seus descendentes; e serei o Deus deles.”
Resumidamente, o primeiro ponto do esboço afirma que não há limitação ou qualificação para as promessas eternas de Deus em relação à terra que Deus dará ao seu povo, Israel. Nenhuma passagem das Escrituras afirma algo com o efeito de: “Todas as apostas estão canceladas para sempre se meu povo rejeitar meu Messias que virá… porque se vocês fizerem isso, vou ‘espiritualizar’ essas promessas depois disso e dá-las à Igreja.” O que estou sugerindo é:
SER A FAVOR DO APOIO A ISRAEL HOJE É CONSIDERAR A IMUTABILIDADE DA PROMESSA ABRAÂMICA
Dito inversamente, se as promessas abraâmicas são agora anuladas, então é correto raciocinar que não há base bíblica para a América apoiar Israel. Se a rejeição de Israel a Jesus anula a Promessa Abraâmica de Gênesis 12, então é lógico que Israel não tem futuro na economia de Deus. Se Deus se cansou de Israel, então por que os outros não deveriam fazer o mesmo? A verdade é que Deus não substituiu Israel para sempre pela Igreja, e Ele tem um enorme plano futuro reservado para os judeus, mesmo que por enquanto eles estejam “desviados”, à medida que Deus enxerta os gentios durante a Era da Igreja da história bíblica em que vivemos. Suas promessas a Israel não são anuladas, como veremos nas passagens seguintes redundantes e abundantes do NT.5
IV. ROMANOS 11
Esta passagem é tremendamente informativa à luz desse assunto. No contexto da epístola de Paulo à Igreja Gentia em Roma, ele insere o que é comumente mencionado como os capítulos entre parênteses de 9 a 11 em sua longa carta.6 Esses três capítulos revelam o grande plano de Deus para Israel – plano que valida a veracidade de palavras específicas que Ele escolheu usar por intermédio de seu porta-voz, Moisés, ao escrever Gênesis: Especificamente as palavras para sempre e eternas. Romanos 9–11 precisa ser lido como um todo para capturar o impacto total, mas, tendo dito isso, copiei algumas das partes pertinentes para destacar esta parte do nosso estudo: Deus tem um futuro brilhante para Israel! Observe Romanos 11.1-2 e 11a:
“Pergunto, pois: Acaso Deus rejeitou o seu povo? De maneira nenhuma! Eu mesmo sou israelita, descendente de Abraão, da tribo de Benjamim. Deus não rejeitou o seu povo, o qual de antemão conheceu. (…) Novamente pergunto: Acaso tropeçaram para que ficassem caídos? De maneira nenhuma!”
No grande plano de Deus, Ele temporariamente desviou seu povo escolhido. Fez isso logo depois que eles não reconheceram (para dizer educadamente) seu Messias (cf. Mateus 27.51). Esta passagem deixa claro que ter se desviado ou tropeçado é diferente de ter sido rejeitado ou caído no sentido de finalidade.
Durante este período Deus está enxertando os gentios (cf. Efésios 2.12-13). Observe esta mesma ideia que é expressa em Romanos 11.11b-12:
“Ao contrário, por causa da transgressão deles, veio salvação para os gentios, para provocar ciúme em Israel. Mas se a transgressão deles significa riqueza para o mundo, e o seu fracasso, riqueza para os gentios, quanto mais significará a sua plenitude!”
Deus abençoará muito Israel no futuro – quando cumprir sua Aliança Abraâmica prometida a eles! Esse é o significado claro desses textos! O significado puro e simples do que Paulo está escrevendo em Romanos 11.9-11 sob a inspiração do Espírito Santo deve ser ignorado ou é preciso mudar arrogantemente os princípios hermenêuticos. Uma compreensão hermenêutica alegórica, figurativa ou simbólica deste texto deve substituir a abordagem exegética gramatical-histórico-normativa do texto para racionalizar o que Deus está dizendo.
Dirigindo-se aos gentios em Roma, Paulo agora continua seu raciocínio em linguagem metafórica óbvia, que define a tese deste estudo: Chama os gentios de [ramo de] oliveira brava que está sendo enxertado na raiz. Note Romanos 11.17:
“Se alguns ramos foram cortados, e você, sendo oliveira brava, foi enxertado entre os outros e agora participa da seiva que vem da raiz da oliveira (…)”
Este verso oferece uma excelente figura de linguagem. Falando mais sobre os corações endurecidos de Israel, um povo que já havia rejeitado Jesus, ainda há muita esperança… Observe Romanos 11.23-24:
“E quanto a eles, se não continuarem na incredulidade, serão enxertados, pois Deus é capaz de enxertá-los outra vez. Afinal de contas, se você foi cortado de uma oliveira brava por natureza e, de maneira antinatural, foi enxertado numa oliveira cultivada, quanto mais serão enxertados os ramos naturais em sua própria oliveira?”
Parafraseando o falecido dr. Charles Ryrie, proeminente professor do Seminário Teológico de Dallas (teólogo com hermenêutica consistente, veja a nota 7), Israel se desviou enquanto Deus reúne os gentios. No fim dos tempos, no entanto, Deus trará Israel de volta aos trilhos unindo-os com o agora muito maior trem celestial. Durante este período da história bíblica, no entanto, o tempo em que vivemos, o coração de Israel, em sua maioria, está endurecido em relação ao Messias. Veja o que Paulo diz em Romanos 11.25-29:
“Irmãos, não quero que ignorem este mistério, para que não se tornem presunçosos: Israel experimentou um endurecimento em parte, até que chegasse a plenitude dos gentios. E assim todo o Israel será salvo, como está escrito (…) Quanto ao evangelho, eles são inimigos por causa de vocês; mas quanto à eleição, são amados por causa dos patriarcas, pois os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis.”
Sim, atualmente Israel é um rejeitador do Evangelho, mas por causa dos patriarcas (os grandes santos do AT, como Abraão) Deus honrará Israel em um momento futuro quando eles, também, virão a Cristo em massa. Deus é imutável em seus atributos, sendo um deles a veracidade; Ele é incapaz de mentir e, portanto, está sempre consciente de suas promessas irrevogáveis! Imutável significa que Ele é incapaz de mudar.7
A passagem clara e poderosa de Ezequiel 36.24-26 evidencia que em um momento futuro Deus mudará o coração de Israel em relação a Jesus. Observe que o verso 24 já começou a ser cumprido nesta profecia do AT:
“Pois eu os tirarei das nações, os ajuntarei do meio de todas as terras e os trarei de volta para a sua própria terra. Aspergirei água pura sobre vocês, e vocês ficarão puros; eu os purificarei de todas as suas impurezas e de todos os seus ídolos. Darei a vocês um coração novo e porei um espírito novo em vocês; tirarei de vocês o coração de pedra lhes darei um coração de carne.”
A partir desta passagem não deve haver dúvida: Deus não se cansou de Israel! Antes de examinar o cumprimentodessas promessas no livro profético do Apocalipse, é importante enfatizar que a Teologia da Substituição (TS) não pode resolver o constructo teológico acima sem alterar sua abordagem hermenêutica para essas muitas passagens claras e diretas.8 Assim, a TS fica descredenciada por Romanos 11 e Ezequiel 36; nestas passagens o próprio Deus declara que será fiel à sua própria promessa unilateral de Gênesis 12!
Portanto, é lógico que sua promessa condicional de Gênesis 12.3 também permanece imutável e intacta hoje. Ou seja: A promessa de abençoar ou amaldiçoar aqueles que abençoam ou amaldiçoam Israel ainda se aplica hoje para indivíduos, grupos terroristas e nações. Este fato bíblico mais do que insinua e informa; ele grita bem alto sobre por que a política externa deve ser extremamente positiva em relação a Israel! Tais políticas abençoam a nação. É inconcebível que o Poder Executivo ou o Congresso não entendam isso.
V. APOCALIPSE 7
Esta passagem das Escrituras revela que 144.000 evangelistas judeus anunciarão a Segunda Vinda do Messias em todo o mundo. Ouso dizer que esses evangelistas judeus farão com que nós, evangelistas gentios do passado, pareçamos fracos em comparação. Que reviravolta enorme ocorrerá em Israel quando chegar esse dia! Neste momento, os corações endurecidos que descrevem Israel em Romanos 11 e Ezequiel 36 estarão obviamente ausentes. Apocalipse 7.4 diz:
“Então ouvi o número dos que foram selados: cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos de Israel.”
Inúmeras outras passagens falam do renascimento de Israel e de sua herança de Jerusalém em conjunto com a segunda vinda do Messias. Essas passagens importantes incluem Zacarias 12.10; Salmos 132.13-14; 2Crônicas 12.13b; 33.4 e 7b; 1Crônicas 23.25; 1Reis 11.36b; e 2Reis 21.7b. O significado claro desses textos indica que Israel não só herdará a terra novamente, um evento profético que já começou a ser cumprido, mas que seu coração será mudado posteriormente. Este Messias que vem abençoará toda a terra reinando em perfeita majestade a partir de Jerusalém como o Rei dos reis e o Senhor dos senhores.
Uma enxurrada de pessoas depositará sua fé no Messias durante os tempos finais (cf. Mateus 24.14).
“Depois disso olhei, e diante de mim estava uma grande multidão que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, de pé, diante do trono e do Cordeiro, com vestes brancas e segurando palmas” (Apocalipse 7.9).
A salvação é o tema principal devido à eficácia dos 144.000 evangelistas judeus em todo o mundo durante o período de Tribulação:
“E clamavam em alta voz: ‘A salvação pertence ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro.’ Todos os anjos estavam de pé ao redor do trono, dos anciãos e dos quatro seres viventes. Eles se prostraram com o rosto em terra diante do trono e adoraram a Deus, dizendo: ‘Amém, louvor e glória, sabedoria, ação de graças, honra, poder e força sejam ao nosso Deus para todo o sempre. Amém!’”(Apocalipse 7.10-12).
Que cena gloriosa! O que se segue é o Reino Milenar, onde Jesus reinará por mil anos em Jerusalém sobre toda a terra, onde a Aliança Abraâmica será literal e totalmente cumprida!
VI. CONCLUSÃO
Visto que Deus não descartou e tem um enorme plano futuro para Israel, é lógico – baseado no medo saudável que todos devem ter em relação a Gênesis 12.3 – que todos os indivíduos e todas as nações devem se certificar que estão do lado de Israel. Amém!
1 Romanos 11.12a fala especificamente sobre este fato.
2 George Gilder, The Israel Test (Minneapolis: Richard Vigilante Books, 2009).
3 Obviamente, esta declaração não deve ser levada muito longe, de modo a significar um endosso geral de tudo o que a nação pode se envolver ou fazer que seja eticamente ou moralmente infundado.
4 Mais tarde, na história de Israel, Josué conduzirá Israel para a Terra Prometida. Em Josué 3.16 as Escrituras registram que eles cruzaram o rio Jordão em um local a leste de Jericó, o que significa que atravessaram ao norte do Mar Morto. Menciono tudo isso para explicar o seguinte: Se Israel voltasse agora ao seu território antes da Guerra dos Seis Dias, estaria, em essência, abdicando desta área originalmente prometida a eles por Deus como “propriedade perpétua” (cf. Gênesis 17.8).
5 Haverá dois povos exclusivos de Deus em relação às coisas futuras, tanto Israel quanto a Igreja. O último não eclipsa o primeiro, como muitas passagens do NT e AT evidenciam, nem o primeiro entrará no Reino de Deus a não ser pela salvação em Cristo, segundo João 14.6 e Atos 4.12. Em um sentido real, as bênçãos espirituais da Aliança Abraâmica acumulam-se à Igreja por um tempo (até que Deus enxerta Israel de volta) devido à atual apostasia de Israel, tendo executado o Messias.
6 A carta do primeiro século de Paulo à Igreja Gentia de Roma diz respeito ao programa abrangente de Deus para os seguidores gentios de Cristo. É o seu summum bonum (lat. “bem supremo”), sua magnum opus (lat. “obra máxima”) relativa ao plano de salvação de Deus. Ele, portanto, começa sua tese pintando o mundo em pecado (1.1–3.21); em 3.21–5 ele apresenta o plano de Deus que salva o homem do pecado. Nos capítulos 5–8, ele discorre sobre como o crente deve viver neste mundo, uma discussão que continua nos capítulos 12–16 após a discussão entre parênteses aqui mencionada do plano de Deus para Israel. Na tese contextual do todo, faz sentido que Paulo (ele próprio judeu) inclua uma visão geral do summum bonum de Deus e da magnum opus para os judeus também! Essa percepção sobre o contexto maior das passagens em estudo agrega muito peso quanto à intenção autoral para a inclusão delas, emprestando muito peso a uma compreensão literal de seu significado. Portanto, não se deve tomar a liberdade para “espiritualizar” os capítulos entre parênteses, como se a linguagem de Paulo fosse agora repentina e inversamente simbólica, figurativa, alegórica ou poética – e, de repente, mudar de volta para uma compreensão literal nos capítulos 12–16! Apoiar isso é apoiar uma hermenêutica arrogante. O contexto não permite tal licença interpretativa.
7 É importante ressaltar as verdades de João 14.6 e Atos 4.12 no que se refere a Israel. Ninguém entrará no Reino de Deus a não ser pela fé em Cristo. No fim dos tempos as pessoas não irão para o céu só porque são judias, não é como se houvesse um segundo caminho para o céu que contorna o caminho da Cruz (cf. Lucas 3.8-9).
8 Os teólogos da substituição muitas vezes mudam a hermenêutica ao lidar com passagens proféticas de modo a evitar o significado claro, a intenção autoral ou a literalidade de passagens como estas de modo a encaixá-las em uma disposição teológica pré-determinada. Ou seja, eles não aplicam consistentemente uma abordagem interpretativa gramatical-histórica-normativa a tais passagens (como fazem com o restante das Escrituras, onde fundamentam, por exemplo, suas convicções relativas à salvação). Acredito que mudar as regras interpretativas relativas às passagens bíblicas é incongruente; é se envolver em hermenêutica arrogante ou que salta ora para um lado, ora para outro. É lógico que se alguém mantém uma hermenêutica gramatical-histórica-normativa consistente ao longo de sua interpretação de toda a Bíblia, inclusive das passagens proféticas, não pode comprovar uma crença na Teologia da Substituição.