A Diferença entre Bebês Espirituais e Cristãos Maduros
Download do Estudo BíblicoNesta semana gostaria que você avaliasse objetivamente seu nível de maturidade espiritual. Vamos embarcar em um período de introspecção espiritual. Tentaremos investigar com clareza e perspicácia o que as Escrituras revelam como diferenciais entre a maturidade e a imaturidade espiritual.
Ao preparar este estudo, minha oração é que ele o ajude a estar sensível ao toque do Espírito Santo, à medida que você refletir sobre seu desenvolvimento em Cristo. Que Deus o abençoe ricamente enquanto embarca nessa jornada de avaliação espiritual pessoal. Estamos ansiosos para receber o seu feedback.
Ralph Drollinger
I. INTRODUÇÃO
Em pelo menos quatro passagens distintas do Novo Testamento há uma associação entre duas palavras gregas – teleios e nepios. Enquanto a primeira significa e é traduzida para o português como maduro, a segunda tem o significado de criança. Estas passagens, então, proporcionam um contraste claro e marcante; meu propósito é chamar a atenção para a necessidade de um crescimento espiritual pessoal contínuo na vida de cada cristão.
O contraste entre as duas palavras não deve ser interpretado como bom versus mau, porque cada cristão depois de ser salvo passa por um período de infância espiritual (sem mencionar que todos nós agimos de forma imatura às vezes, não importando a nossa idade em Cristo, e a santificação completa ocorrerá apenas quando estivermos com o Senhor). O essencial dessas passagens – e do estudo – é que não devemos permanecer em um estado de imaturidade espiritual. Infelizmente, no cristianismo atual muitos cristãos são caracterizados pela imaturidade espiritual. Há quanto tempo você conhece a Cristo como Senhor e Salvador? Se foi há um bom tempo, você ainda assim parece continuar em um nevoeiro espiritual?
Vamos começar observando cada uma dessas quatro passagens bíblicas que trazem luz a este contraste e comparam a imaturidade com a maturidade espiritual.
Antes de olharmos mais de perto os textos bíblicos, e observar como ilustram o forte contraste entre a maturidade e a imaturidade espiritual, pode ser que você já esteja perguntando: “Como alguém deixa de ser bebê espiritual e cresce em maturidade?” Romanos 12.1-2 explica como o cristão sai da infância e alcança a maturidade:
“Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”
Então, o crescimento espiritual ocorre quando o cristão é transformado pela renovação de sua mente. E esta renovação acontece na medida em que aprendemos a Palavra e a obedecemos. Lembre-se, sobretudo, o que as Escrituras afirmam de si mesmas em Hebreus 4.12:
“Pois a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes; ela penetra ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e intenções do coração.”
Assim, a Palavra tem o poder, uma vez que é viva e eficaz, de nos transformar da infância à idade adulta, na proporção em que permitimos que nossa mente seja renovada. Portanto, a renovação e a transformação são equivalentes a conhecer e obedecer à Palavra de Deus. Elaborando um pouco mais, 2Coríntios 10.5 nos instrui:
… e levamos cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo.
Você de alguma forma impede que a Palavra transforme o seu pensamento? O que tem a preeminência em seu pensamento: a Palavra ou o mundo? Num exame mais aprofundado destas passagens que contrastam adultos com bebês, vamos analisar alguns dos indicadores ali revelados que caracterizam cada um deles. Qual identifica você?
II. TRÊS CARACTERÍSTICAS DE BEBÊS ESPIRITUAIS
Vamos agora fazer a exegese de trechos específicos dos textos supracitados, na ordem em que foram listados, com contrastes para destacar resumidamente os identificadores da infância espiritual.
A. BEBÊS NÃO OUVEM
“Irmãos, não lhes pude falar como a espirituais.” – 1Coríntios 3.1
Paulo usa aqui a palavra irmãos, denotando que está abordando os cristãos na Igreja de Corinto, aqueles que são salvos. A questão é que, mesmo falando a salvos, o apóstolo não podia utilizar um tipo de comunicação que cristãos maduros usam com seus pares – quando os cristãos são adultos espirituais em Cristo podem argumentar uns com os outros usando as Escrituras porque ambos consideram a Palavra fidedigna, o árbitro supremo para todas as questões de fé e prática. Assim, quando alguém diz ser cristão mas não vive em obediência aos ensinos claros e sob a autoridade da Palavra de Deus, é justo classificá-lo comocriança. Entretanto, Paulo teve que falar aos coríntios como a carnais, como a bebês em Cristo. Ele podia dar-lhes apenas leitepara beber, e não alimento sólido, porque não estavam em condições de recebê-lo. O leite contrastado com alimento sólido é uma imagem adequada para descrever a incapacidade do cristão de digerir a Palavra de Deus. Muitos cristãos hoje são semelhantes a crianças que querem doces e sobremesa, em oposição a uma refeição nutritiva regular que supre as reais necessidades para o crescimento forte e saudável: carboidrato versus proteína. Ou seja, o maduro em Cristo se alimenta não só da Palavra, mas de comentários, teologia sistemática, história da igreja, biografias cristãs etc. Como estão seus hábitos de leitura? Como está a sua biblioteca?
Metaforicamente, todo cristão sério precisa estar na sala de musculação, tomando shakes de proteína e controlando sua ingestão de carboidratos.
Tendo dito isso, verdadeiramente todos os textos bíblicos contêm leite e carne e são capazes de ministrar às necessidades de todos os que desejam dar ouvidos à Palavra, não importando o nível de maturidade espiritual. Entretanto, cabe verificar o que Deus quer que cada pessoa aprenda com a passagem em estudo. É trágico, porém, quando os ouvintes exigem que quem ensina a Palavra ofereça apenas leite e/ou que nunca aprofunde o suficiente para desafiá-los em áreas onde sejam imaturos e estejam cometendo erros. Por exemplo, como professor da Palavra de Deus, devo dizer: os cristãos que patrocinaram o National Prayer Breakfast deveriam em vez disso cancelar o evento. Por que cristãos patrocinariam um evento historicamente caracterizado pelo sincretismo religioso que prejudica em vez de ajudar a propagação da singular fé salvadora somente em Cristo? Tal sincretismo invoca a ira de Deus sobre nossa nação, não sua bênção.
O exposto anteriormente ilustra bem o papel de uma pessoa que ensina a Bíblia, segundo a admoestação de Paulo a seu suplente Timóteo, em 2Timóteo 3.16-17. O líder espiritual/professor de Bíblia será submetido a uma sentença mais rigorosa (Tiago 3.1) e não pode acovardar-se de declarar “toda a vontade de Deus” (Atos 20.27), não importando como as pessoas alcançadas por sua proclamação optem por responder-lhe. (Lembre-se, a maior mente teológica dos Estados Unidos, o ilibado Jonathan Edwards, foi expulso de sua igreja por se recusar a fazer o casamento do filho de um presbítero com uma pessoa não-crente.)
Em termos gerais, a presente e relevante admoestação ilustra o meu ponto: você deseja ouvir atentamente e obedecer à Palavra ou está ocupado com seu próprio pensamento e maneira de fazer as coisas? Lembre-se:
“Quem se alimenta de leite ainda é criança, e não tem experiência no ensino da justiça.” – Hebreus 5.13
Bebês em Cristo tendem a evitar doses fortes da Palavra porque sabem que ela irá condená-los de sua injustiça, e sua consciência os incitará a mudar. Embora possam publica e verbalmente aderir à Sola Scriptura, quando o Livro de Deus supera os desejos pessoais as crianças rejeitam sua autoridade porque, como um bebê tentando digerir um bife, não estão acostumadas (apeiros) a curvar-se à sua retidão. Cristãos que se afastam do estudo da Palavra demonstram imaturidade espiritual. Lactentes podem até chegar ao ponto de tentar desacreditar a Palavra para racionalizar e justificar suas ações autocentradas.
B. BEBÊS SE REBELAM
“De fato, vocês ainda não estão em condições, porque ainda são carnais.” – 1Corintios 3.2-3
Os cristãos de Corinto tinham ouvido e recebido o evangelho havia bastante tempo, mas ainda viviam como se não fossem salvos por Deus por meio de Cristo. Isto é manifestamente anormal para qualquer cristão. Eles eram passivos e/ou rebeldes em relação à nova vida e posição em Cristo. Eles estavam se rebelando contra as ordens de Deus, visto que todos os cristãos devem viver pelo Espírito, e não satisfarão os desejos da carne (Gálatas 5.16). Quais são os desejos da carne? Eles estão evidentes em 1João 2.16: a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens. Em outro lugar Paulo afirma de modo semelhante: “não apaguem o Espírito [Santo]” (1Tessalonicenses 5.19). É o ministério do Espírito Santo na vida do cristão que garante a vitória sobre (segundo 1João 2.16) a luxúria sexual, a cobiça e o egoísmo, pecados todos muito presentes no meio político. O poder do ministério do Espírito Santo se compara ao grau em que os cristãos permitem que a Palavra de Deus habite ricamente neles (cf. Efésios 5.18 e Colossenses 3.16).
É biblicamente infantil a qualquer um invocar o nome de Cristo e ainda continuar a mostrar imaturidade espiritual e insurgência latente para com Deus, recusando-se a submeter-se aos preceitos da Palavra. Jogar comida rica em proteínas do cadeirão para bebês é inaceitável. É rebelião grosseira.
C. BEBÊS DEMOSTRAM INVEJA E CAUSAM CONFLITOS
Observe a progressão aqui em relação às três primeiras características – cristãos imaturos não ouvem bons conselhos, se rebelam e afetam outros no corpo de Cristo:
“Porque, visto que há inveja e divisão entre vocês, não estão sendo carnais e agindo como mundanos?” – 1Coríntios 3.3
Se existe inveja nas atitudes, o conflito será resultado visivelmente. A primeira é uma emoção imatura e pecaminosa e o último é uma manifestação de egoísmo e provocações. Consequentemente, cristãos imaturos causam divisão no corpo de Cristo. Por quê? Porque em sua imaturidade o mundo gira em torno deles versus a glória de Deus. O bebê em Cristo tem dificuldade de despir-se do velho eu (cf. Efésios 4.31), de suas ambições egocêntricas e da busca de significado. Mas, na verdade, Paulo disse de si mesmo em Gálatas 2.20: “Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim.” Deste modo, todo cristão maduro deve viver com uma atitude de estar morto para si mesmo.
Então, por que toda essa busca pela glória pessoal? Nosso objetivo como cristãos é a glória de Deus. Assim, quando confrontados com uma decisão entre interesses pessoais e do corpo de Cristo, devemos escolher em função do último. Bebês em Cristo, afirma o texto bíblico, agem como mundanos. Ou seja, agem como não-crentes.
III. QUATRO CARACTERÍSTICAS DE ADULTOS ESPIRITUAIS
A. OS ADULTOS SÃO PREPARADOS E PERSPICAZES
“Mas o alimento sólido é para os adultos, os quais, pelo exercício constante, tornaram-se aptos para discernir tanto o bem quanto o mal.” – Hebreus 5.14
Esta parte contrastante do segundo verso é fácil de observar e entender. Indivíduos espiritualmente maduros (adultos), por causa de sua dieta regular da Palavra, têm a capacidade de discernir a verdade do erro. Eles são treinados para ver a vida através das lentes do Livro escrito pelo Autor da vida. Uma passagem paralela é 1João 2.12-14:
“Filhinhos, eu lhes escrevo porque os seus pecados foram perdoados, graças ao nome de Jesus. Pais, eu lhes escrevo porque vocês conhecem aquele que é desde o princípio. Jovens, eu lhes escrevo porque venceram o Maligno. Filhinhos, eu lhes escrevi porque vocês conhecem o Pai. Pais, eu lhes escrevi porque vocês conhecem aquele que é desde o princípio. Jovens, eu lhes escrevi, porque vocês são fortes, e em vocês a Palavra de Deus permanece e vocês venceram o Maligno.”
Semelhantemente a Paulo, o apóstolo João usa a analogia da maturação física para descrever o crescimento espiritual (embora as palavras para caracterizar esses níveis de crescimento sejam diferentes). O que distingue principalmente os três níveis de maturidade espiritual entre a criança (filhinhos), o jovem e o pai na primeira carta de João é: o jovem e o pai se diferem da criançaporque eles têm que vencer o Maligno. Muito mais pode ser aprendido a partir desta passagem, mas em relação a este estudo e este subponto, ela também ilustra que o cristão espiritualmente maduro pode e irá discernir a verdade espiritual do erro, ao passo que o bebê não. Em outras palavras, bebês podem ser pegos na teia da falsa doutrina ou religião. Os maduros espiritualmente, por outro lado, já aprenderam a lidar com a verdade de 1Pedro 5.8:
“Sejam sóbrios e vigiem. O diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar.”
Satanás ganha terreno desviando jovens cristãos para sistemas religiosos falsos que parecem (aos que não têm discernimento espiritual) semelhantes ao cristianismo bíblico. Mas o adulto espiritual é capaz de distinguir a verdadeira fé salvadora das falsas religiões e seitas, como podemos ver na terceira passagem de nossa lista inicial de textos bíblicos:
“O propósito é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem jogados para cá e para lá por todo vento de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro.” – Efésios 4.14
A criança na fé tende a ir com o fluxo (errado), ou seja, sendo levada de um lado para outro pelas ondas, que podem ou não ser de natureza doutrinal. Isto pode referir-se a seguir outras pessoas que causam cisões no corpo de Cristo. Além disso, são doutrinariamente enganadas. Observe que quando Paulo diz “todo vento de doutrina,” quer dizer que crianças não conseguem discernir a doutrina correta cujo fundamento é a Palavra de Deus. Não têm conhecimento da Palavra. Tudo o que elas sabem é: “Jesus me ama, e eu sei que meus pecados são perdoados.” Não é incomum que cristãos neste nível de maturidade, bebês em Cristo, frequentem uma instituição religiosa que ensina que a salvação é alcançada de outra forma que não somente pela fé em Cristo. (Como eu muitas vezes disse em nossos estudos, é comum em todas as religiões falsas uma compreensão antibíblica da pessoa e da obra de Cristo, muitas vezes combinada com uma revelação extrabíblica de algum tipo.) Como bebês espirituais, não têm a capacidade de discernir o erro da verdade. Falta-lhes o estudo da Palavra de Deus. Corro o risco de soar arrogante ou hipócrita, mas eu diria que a maioria dos cristãos na igreja hoje em dia são bebês espirituais. Eles não conhecem quase nada da Palavra de Deus por causa do impacto do movimento em muitas igrejas que supervaloriza uma busca de emoções. Por conseguinte, estão caminhando para o céu mas são usados de forma bastante limitada por Deus aqui na terra. Agora pense neste infeliz fenômeno relacionado a funcionários públicos que desejam cargos mais elevados: em poucas circunstâncias um presidente ou rei nomeia um bebê para uma tarefa importante. Em primeiro lugar, o futuro servo deve crescer e chegar a conhecer o rei pessoal e intimamente, e em maturidade ganhar sua confiança vivendo em concordância com seus princípios. Só então poderíamos pensar que tal pessoa seria nomeada para uma posição importante. Em um sentido semelhante, não espere que Deus o nomeie para um nível mais elevado de serviço antes de você amadurecer em seu relacionamento com Ele.
B. ADULTOS UNIFICAM O CORPO
“Até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo.” – Efésios 4.13
Nesta passagem de Efésios novamente encontramos o contraste entre teleion e nepios, mas outra característica do cristão madurovem à luz. Os cristãos maduros são muito sensíveis à unidade do corpo de Cristo. Eles consideram a unidade como uma importante prioridade por uma simples razão: a unidade corporativa do corpo de Cristo é a forma mais contundente de evangelismo ao mundo secular. Concernente a este ponto, Jesus pediu a Deus:
“Para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.” – João 17.21
A unidade do corpo é extremamente importante para aqueles que são maduros em Cristo e eles evitarão perturbá-la. Em contrapartida, o imaturo espiritualmente, como vimos anteriormente, é caracterizado pelo ciúme que conduz à contenda, o que leva à desunião.
C. ADULTOS EXIBEM A SEMELHANÇA DE CRISTO E CONTINUAM CRESCENDO
“… e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo.” – Efésios 4.13
À medida que o cristão se aproxima de Cristo por meio da oração e da obediência à Palavra, ele se torna cada vez mais parecido com Aquele que o salvou. Este é um processo contínuo auxiliado pela presença do Espírito Santo. Devemos notar novamente que a perfeição no comportamento cristão nunca será plenamente alcançada nesta vida; só quando estivermos com nosso Salvador (glorificação) atingiremos a perfeição. Segue-se então que devemos ser graciosos e pacientes com as outras pessoas em amor ágape– sem a arrogância de achar que temos o domínio da ortopraxia e da ortodoxia. Curiosamente, Paulo usa a palavra maduro ou perfeito (teleios) em Colossenses 1.28 para explicar o papel infindável e o objetivo do Pastor-Mestre neste processo de santificação:
“Nós o proclamamos, advertindo e ensinando a cada um com toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo.”
O amadurecimento contínuo é um sinal da idade adulta; mover-se em direção à completude é normal para a vida cristã. Paulo disse aos filipenses:
“Estou convencido de que aquele que começou boa obra em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus.” – Filipenses 1.6
Não é preciso dizer que aqueles que estão amadurecendo também são caracterizados por humildade quando descobrem que não estão muito bem com as Escrituras.
D. ADULTOS CONHECEM DOUTRINA E SÃO PENSADORES MADUROS
“Irmãos, deixem de pensar como crianças. Com respeito ao mal, sejam crianças; mas, quanto ao modo de pensar, sejam adultos.” – 1Coríntios 14.20
Este é o último versículo na lista de textos bíblicos da nossa introdução. O contexto desta passagem da Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios tem a ver com a questão de dons espirituais, mas em um sentido mais amplo de aplicação se relaciona com o assunto deste estudo. Paulo está especificamente se dirigindo aos cristãos de Corinto – e por extensão a todos os cristãos –, admoestando-os a ser maduros na forma de pensar.
Os cristãos maduros são caracterizados pelo pensamento maduro. Eles têm uma capacidade de compreender os princípios da Bíblia e raciocinam a partir deles – fazendo aplicações corretas, baseadas em verdades contidas nela não somente à sua vida pessoal, mas à sua formação política. Todas as suas decisões refletirão com precisão os princípios e preceitos da revelação de Deus por meio das Escrituras. Os cristãos maduros não são desconectados da verdade bíblica e aplicação em qualquer área de suas vidas; ou seja, os cristãos maduros têm integridade com a Palavra de Deus.
Funcionários públicos maduros em Cristo são pensadores com base bíblica que raciocinam a partir do fundamento epistemológico e da autoridade eterna da Palavra de Deus.
Provérbios 2.6 confirma a mesma ideia: “Pois o Senhor é quem dá sabedoria; de sua boca procedem o conhecimento e o discernimento.” Referendando com Provérbios 7.4: “Diga à sabedoria: ‘Você é minha irmã’, e chame ao entendimento seu parente.” Portanto, ao contrário de bebês, é característico de adultos espirituais maduros um verdadeiro conhecimento e profunda compreensão sobre questões fundamentais, essenciais da vida. O cristão maduro é uma pessoa profunda, uma fonte de sábio conselho para todos da sociedade – e especialmente nas salas de comissões parlamentares. Como nossa nação precisa de mais servidores públicos que sejam treinados e perspicazes para discernir e unificar, de pensadores maduros que continuam a crescer! Eles nascem de um intenso desejo gerado pelo Espírito Santo de crescer em Cristo.
IV. RESUMO
Você é uma criança espiritual ou um adulto na fé? Qual lista descreve você melhor?
Minha oração é que este estudo o ajude em sua busca por maturidade espiritual, tendo em vista os textos bíblicos definitivos sobre o assunto apresentados aqui. Ao analisar essas questões, lembre-se das palavras de Benjamin Rush, um signatário da Declaração de Independência, dirigidas a seu filho:
“Seja sóbrio e vigilante. Lembre-se em todos os momentos que enquanto você estiver vendo o mundo, o mundo o verá. Recorde-se ainda mais que você está sempre debaixo do olhar do Ser Supremo.”1
1 Dorie Lawson, Posterity: Letters of Great Americans to Their Children [Posteridade: Cartas de Grandes Americanos a seus Filhos] (New York: First Anchor Books, 2004), 268.