Download do estudo bíblico

Neste estudo, tentaremos apreender e compreender melhor o Livro de Provérbios. Ganharemos uma compreensão dos vários tipos de estruturas formais que Deus incorporou nele. Deus escreveu Provérbios por meio de seu servo Salomão, o homem mais sábio de sua época (cf. 1Reis 3.28) e de todos os tempos (1Reis 3.12).

Muito interessante para aqueles que ocupam cargos governamentais, veremos aqui um rei que escreveu um livro para seu filho que seria rei. Assim, há uma aplicação direta para aqueles a quem Deus chamou para representá-lo no meio político; é um estudo imperdível para quem procura liderar. Acompanhe então este estudo que irá ajudá-lo muito na liderança governamental sábia.

Continue lendo, meu amigo.

 

I.      INTRODUÇÃO

Um dos métodos antigos mais comuns de ensino da sabedoria era por meio de provérbios – ditos curtos e sucintos que comunicam verdades de uma maneira profunda. Com brevidade de palavras, importantes princípios para a vida são destacados e apresentados para o leitor. Muitas vezes isso é feito comparando uma verdade — fazendo um paralelo — a uma imagem pitoresca, conhecida e comum da vida cotidiana. Com essa pequena explicação em mente, o Livro em si fica mais fácil e muito mais agradável de estudar!

A literatura antiga registra que formas proverbiais de comunicação existiam no Oriente, no Egito, em Edom e na Babilônia, mas apenas as escritas neste Livro trazem em si o selo de veracidade e confiabilidade. Somente estes provérbios são selados com a autoridade de Deus (tenha em mente que nada menos do que 3.600 vezes o Antigo Testamento afirma ser a Palavra de Deus).

A palavra hebraica para Provérbios é Mishlei, que basicamente significa “ser como”. Em essência, os provérbios transmitem sabedoria piedosa, que é a habilidade para viver a vida. Portanto, se você deseja aumentar sua capacidade geral de viver com sucesso — especialmente se deseja liderar nas várias instituições ordenadas por Deus — então ele precisa ser o alimento básico de sua dieta espiritual diária. E embora os provérbios sejam encontrados em outros lugares na Escritura,¹ este Livro é, entre os 66 inspirados por Deus, o que trata especifica, ampla e sucintamente do assunto.

 

II.     A POÇÃO DOS PROVÉRBIOS

Existem cinco formas de paralelismo que comumente ocorrem nos 31 capítulos de Provérbios e transmitem princípios atemporais para vivermos com grande habilidade para a glória de Deus, ou seja, sabiamente. Veja, a seguir, a forma resumida delas. Logo depois apresentarei uma explicação para cada uma.

Estas cinco formas de provérbios são geralmente expressas em duas frases, onde a segunda se destina a explicar o que foi dito anteriormente, de modo a promover a compreensão na mente do leitor. Ou seja, a segunda frase completa a primeira consistentemente com uma dessas cinco formas específicas. No entanto, algumas vezes, a transcrição é realizada em quatro (24.3-4), seis (23.19-21) ou oito frases (23.22-25). Veja os exemplos:

A.     IDÊNTICO

Em provérbios idênticos, o segundo verso fornece mais insight sobre o tema do primeiro verso:

“O orgulho vem antes da destruição; o espírito altivo, antes da queda.” – Provérbios 16.18

B.     OPOSTO

Em provérbios opostos, o segundo verso da estrofe contrasta com o primeiro, de modo a qualificar a especificidade do princípio:

“Quem faz o bem aos outros, a si mesmo o faz; o homem cruel causa o seu próprio mal.” – Provérbios 11.17

C.     EXPANSIVO

Em provérbios expansivos, a segunda linha explica e traz mais informações sobre o princípio primeiro elucidado:

“Quem esconde o ódio tem lábios mentirosos, e quem espalha calúnia é tolo.” – Provérbios 10.18

D.     COMPARATIVO

Em provérbios comparativos, a segunda linha compara o princípio contido na primeira linha com algo bastante familiar:

“Como água fresca para a garganta sedenta é a boa notícia que chega de uma terra distante.” – Provérbios 25.25

E.     FORMAL

Em provérbios formais, o segundo verso completa o pensamento expresso no primeiro verso:

“O homem perverso provoca dissensão, e o que espalha boatos afasta bons amigos.” – Provérbios 16.28

Aprenda e procure cada uma dessas cinco formas de provérbios ao ler e meditar neste Livro. Tais habilidades o ajudarão a entender a intenção autoral da passagem e levarão a uma aplicação adequada para a sua vida. Recomendo que você embarque em um estudo de Provérbios e faça o seguinte exercício: Leia um capítulo por dia e gaste tempo para identificar e anotar na margem da página qual dos cinco tipos de provérbios cada um é. Marque com as letras A a E, de acordo com os identificadores do quadro apresentado. Você considerará isso estimulante, divertido e muito útil para o domínio do Livro!

 

III.    OS PROGENITORES DE PROVÉRBIOS

Salomão escreveu a grande maioria do conteúdo e também atuou como seu editor geral (o capítulo 30 registra as palavras de Agur, e o capítulo 31 as palavras de Lemuel, que os estudiosos dizem talvez ser pseudônimos de Salomão devido à grande semelhança de estilo). O rei Salomão governou Israel de 971-931 a.C. e, como mencionado anteriormente, foi-lhe concedida por Deus grande e única sabedoria. É interessante notar que Salomão desejou o entendimento acima das riquezas, de acordo com 1Reis 3.11-12 (e também 2Crônicas 1.11-12):

“Por isso Deus lhe disse: ‘Já que você pediu isto e não uma vida longa nem riqueza, nem pediu a morte dos seus inimigos, mas discernimento para ministrar a justiça, farei o que você pediu. Eu lhe darei um coração sábio e capaz de discernir, de modo que nunca houve nem haverá ninguém como você’.”

Deus obviamente honrou o coração e as prioridades de Salomão, como vemos pelo fascinante estudo deste Livro.

QUAIS SÃO AS PRIORIDADES INTERNAS DO SEU CORAÇÃO? O QUE DEUS PROCURA E ABENÇOA?

Observe 2Crônicas 16.9a:

“Pois os olhos do Senhor estão atentos sobre toda a terra para fortalecer aqueles que lhe dedicam totalmente o coração.”

Afaste-se da idolatria, isto é, de qualquer coisa que substitua a prioridade legítima e proeminente de Deus em seu ser interior. Tal desvio na prioridade é evidenciado no coração de Salomão quando, em seus últimos anos, ele se afastou de Deus (cf. 1Reis 11.1-11). A escrita deste Livro, no entanto, juntamente com Eclesiastes e Cânticos dos Cânticos, ocorreu bem antes desse tempo. Salomão, então, é mais uma ilustração bíblica das consequências do pecado e da queda do homem — lentamente ao longo de sua vida ele se afastou da obediência a Deus. Salomão falhou, na velhice, em viver as verdades que Deus tinha lhe dado e que havia registrado em seus escritos. Ainda mais curioso é o filho de Salomão, Roboão, para quem o Livro foi escrito. Roboão rejeitou completamente o ensino (cf. 1Reis 12.6-11) — pergunta-se se isso pode ter sido por observar o comportamento ímpio final de seu pai — e sua liderança política foi um desastre. Que isso nunca seja o seu caso, meu amigo.

 

IV.     OS PRINCÍPIOS DE PROVÉRBIOS

Provérbios comunica de forma abrangente que pessoas sábias – aquelas que são obedientes a Deus — viverão por mais tempo (9.11), prosperarão (2.20-22), experimentarão alegria (3.13-18) e a bondade geral de Deus (12.21). Ao contrário, aqueles que não conseguem viver de acordo com Provérbios (descritos por este Livro como tolos) sofrem vergonha (3.35) e morte (10.21).

Embora essas verdades sejam geralmente evidentes, note que a Bíblia também ensina que, às vezes, os ímpios prosperam temporariamente (Salmos 73.3,12; 17-19) e que pessoas piedosas sofrem (cf. o Livro de Jó). Uma consideração importante ao estudar Provérbios, portanto, não é fazê-lo com uma atitude de busca de ganho pessoal e sucesso, como se ele tivesse uma fórmula certa para isso. Em vez disso, estude o Livro buscando maturidade espiritual e sabedoria a fim de glorificar a Deus e tornar-se mais semelhante a Cristo. Assim, Provérbios contém princípios, e não promessas.

 

V.      O PROPÓSITO DE PROVÉRBIOS

Este Livro responde à pergunta: “Como devo viver minha vida?”. Ao responder — como já foi dito, ele não é um Livro egoísta do tipo “como posso ser bem sucedido” —  ensina o cristão a saber com certeza no dia do julgamento se viveu uma vida agradável a Deus e digna de recompensa. Provérbios trata de moralidade pessoal, deveres, ética, valores e virtudes que ensinam e instruem exatamente qual é a vontade de Deus — mesmo nas questões mais complexas da vida. Para o estudante da Bíblia, esclarece exatamente o que é a justiça em cada situação. Ele ensina ao cristão qual é a coisa certa a ser feita. Mayhue diz:

“[Ele] aguça a consciência, penetra a alma e sonda os recessos mais profundos do coração… Por desígnio, Provérbios, sendo um Livro proativo, promove a santidade pessoal nos níveis mais práticos da vida.”²

Esperemos que todos no Congresso considerem este estudo crucial e intrigante. Sinceramente eles deveriam.

O ESTUDO DE PROVÉRBIOS AO LONGO DA VIDA AJUDA A MOLDAR, REFORÇAR E FORTALECER A DETERMINAÇÃO DA CONSCIÊNCIA DE CADA PESSOA

Lembre-se, sua consciência funciona a partir da base daquilo de que você é consciente.

 

VI.     O PROCEDIMENTO DE PROVÉRBIOS

As 10 dicas a seguir para interpretar Provérbios foram extraídas de Practicing Proverbs [Praticando Provérbios], do dr. Richard Mayhue. Elas ajudarão muito à medida que você examina e trabalha para entender este grande Livro.

A.     DICA 1

Perceba que nenhum provérbio ou seção em Provérbios pretende ser um tratamento exaustivo e conclusivo sobre o assunto.

B.     DICA 2

Os provérbios devem ser compreendidos em termos de contexto, que inclui a linguagem das Escrituras, a seção de Provérbios, o Livro, os escritos de Salomão, a seção de sabedoria do Antigo Testamento, todo o Antigo Testamento e toda a Bíblia.

C.     DICA 3

Provérbios deve ser interpretado no cenário cultural e histórico da época em que foi escrito.

D.     DICA 4

Os provérbios não são promessas garantidas, mas generalizações que podem ter exceções.

E.     DICA 5

Características poéticas e figuras de linguagem precisam ser levadas em consideração na interpretação, contra uma interpretação literalista e rígida.

F.     DICA 6

Os provérbios não são uma fórmula para interesses egoístas, mas sim a glorificação de Deus por meio da maturidade espiritual.

G.     DICA 7

Se um provérbio não estiver claro, leia-o em outra tradução ou use comentários confiáveis.

H.     DICA 8

Interprete os provérbios para descobrir a intenção autoral original, descubra o princípio atemporal e, em seguida, faça a aplicação.

I.     DICA 9

Provérbios não é projetado para grandes doses de leitura. Estude pequenas porções, medite e reflita.

J.     DICA 10

Trate como divino o que Provérbios afirma e obedeça, em vez de considerar uma ideia opcional que vem do mundo secular.

 

VII.    RESUMO

Que o nosso Senhor lhe conceda uma compreensão maravilhosa e crescimento espiritual a partir deste magnífico Livro da Bíblia, que foi escrito inicialmente para preparar um indivíduo para a liderança de uma nação. Ele tem grande relevância para todos os que ocupam cargos públicos na atualidade.cm

 

 

¹     Cf. 1Samuel 10.11-12; Ezequiel 12.22-23; Mateus 9.12; João 4.35; 1Coríntios 6.13. Muitas vezes o Novo Testamento cita o Livro de Provérbios, como por exemplo Hebreus 12.5-6 e Tiago 4.13. Na verdade, nada menos do que 38 vezes os Provérbios são citados por escritores do Novo Testamento.

²     Mayhue, Richard. Practicing Proverbs, Wise Living for Foolish Times [Praticando os Provérbios, Viver Sábio para Tempos de Tolice], (Escócia: Christian Focus Publicações: 2003), p. 33.

 

 

 

 

 

 

¹   Cf. 1Samuel 10.11-12; Ezequiel 12.22-23; Mateus 9.12; João 4.35; 1Coríntios 6.13. Muitas vezes o Novo Testamento cita o Livro de Provérbios, como por exemplo Hebreus 12.5-6 e Tiago 4.13. Na verdade, nada menos do que 38 vezes os Provérbios são citados por escritores do Novo Testamento.