Você Crê em Três ou Cinco Instituições Divinas?
Download do Estudo BíblicoUm dos problemas enormes do governo americano, que está cada vez mais secularizado, é a opinião que o governo civil é o tronco da árvore em nossa sociedade e cultura. A Escritura retrata uma visão muito diferente: Deus é o tronco da árvore, e o governo é apenas um de seus cinco ramos.
A maioria dos cristãos hoje pensa que Deus manifesta seu reino em um mundo caído, entre sua primeira e segunda vinda, por meio de três instituições: igreja, família e estado. Eu acredito que haja mais duas: casamento e negócios. É por isso que eu me vejo como um “pentacionalista” (neologismo meu).
Penso que o “pentacionalismo” seja o ensino bíblico e a cosmovisão cristã apropriados – em contraste aos dos secularistas, que acabaram por aceitar o governo como a autoridade final, acreditando que é a solução para tudo. Como eles estão errados!
Você é um tricionalista ou um pentacionalista? Este estudo se mostrará esclarecedor quanto a esse assunto. Você obterá percepções importantes e diretas – uma perspectiva precisa que servirá de base para seu julgamento sobre a maioria das questões políticas.
Continue lendo, meu amigo!
I. INTRODUÇÃO
Este é um estudo bíblico básico e necessário para quem ocupa um cargo público. A propósito, esse é um estudo bíblico tão importante que meu objetivo é ensiná-lo a ensinar isso a outros. Você deve ser capaz de pregá-lo em uma igreja ou ensinar o que se segue em um pequeno grupo. Minha oração é que Deus use isso para lhe ser útil e instruí-lo em grande sabedoria.
Visto que Deus é soberano e onipotente, como Ele reinará no mundo de hoje entre a primeira e a segunda vinda de seu Filho, Jesus Cristo? As Escrituras dão a resposta: Ele governa por meio de cinco instituições ordenadas por Ele, durante este período atual da história bíblica, a era da igreja. Outra maneira de afirmar este conceito é se referir a ele como a administração de Deus, como ocorre em 1Timóteo 1.4:
“… e que deixem de dar atenção a mitos e genealogias intermináveis, que causam controvérsias em vez de promoverem a obra de Deus, que é pela fé.”
Em uma ilustração pessoal deste conceito, o apóstolo Paulo diz a seu auxiliar, Timóteo, para que não seja desviado de promover “a obra de Deus” (neste caso, por meio da instituição particular da igreja). Em Lucas 16.2 esta mesma palavra, “obra” (que é radical da palavra grega oikonomia, como usado na passagem acima), é traduzida como “administração e administrador”, como podemos ver:
“Então ele o chamou e lhe perguntou: ‘Que é isso que estou ouvindo a seu respeito? Preste contas da sua administração, porque você não pode continuar sendo o administrador’.”
Além disso, em 1Coríntios 4.1 esse mesmo radical é traduzido como “encarregados”:
“Portanto, que todos nos considerem como servos de Cristo e encarregados dos mistérios de Deus.”
Oikos é a palavra para casa, e nomos a palavra para administrador. Economista, o derivado mais próximo desta palavra grega, é uma referência histórica a quem administra os assuntos de um lar. A palavra indica como Deus administra sua relação com o mundo em um determinado momento. Em Efésios 3.2 (aqui, no contexto da instituição da igreja), observe o que o apóstolo Paulo diz sobre si mesmo:
“Certamente vocês ouviram falar da responsabilidade imposta a mim em favor de vocês pela graça de Deus.”
Paulo se viu como alguém com a responsabilidade (oikonomia) imposta [a ele] em favor [de nós] pela graça de Deus.Como congressista, ainda que designado a uma instituição ordenada por Deus diferente, a instituição do estado:
VOCÊ DEVE VER-SE DA MESMA FORMA: COMO UM BOM ADMINISTRADOR DO GOVERNO. VOCÊ DEVE SER UM BOM ADMINISTRADOR DESSA INSTITUIÇÃO DE DEUS
Outro equivalente no português é o substantivo “dispensação”, ou sua forma verbal equivalente, “dispensar”. Como, então, Deus administra, gerencia, guarda ou dispensa seu reino soberano hoje em dia em um mundo caído e destruído pelo pecado? A resposta é: Por meio de suas instituições constituídas, a igreja e o estado sendo apenas duas de cinco existentes.
Agora, vamos dar um passo adiante, e muito importante, para explicar este grande conceito. O apóstolo Pedro, em 1Pedro 2.13-15, instrui os primeiros cristãos a respeito da instituição do estado. O contexto da passagem a seguir diz respeito aos cristãos dando um bom testemunho aos líderes do estado. Portanto, o que ele diz em sequência deve estar presente:
“Por causa do Senhor, sujeitem-se a toda autoridade constituída entre os homens; seja ao rei, como autoridade suprema, seja aos governantes, como por ele enviados para punir os que praticam o mal e honrar os que praticam o bem. Pois é da vontade de Deus que, praticando o bem, vocês silenciem a ignorância dos insensatos.”
O verbo principal, ou a ação deste comando dado por Deus, é sujeitar-se (hupotasso), que significa “colocar-se sob” toda autoridade (constituída por Deus). As palavras gregas por trás da palavra portuguesa “instituição” são anthropinektisei, significando literalmente (pela combinação substantivo-adjetivo) “o que é criado para a humanidade”. Ktisei é a palavra grega para “criar”. Significa, literalmente, “o que foi criado para a humanidade por Deus”. Na língua portuguesa comumente nos referimos a isso como uma instituição (que não consegue transmitir tudo o que a combinação grega de palavras traz em si). No entanto, quando consideramos o verbo em português que equivale ao substantivo “instituir”, que significa “estabelecer em uma posição particular” (M & W), entendemos melhor o significado substantivo de anthropine ktisei. Esta passagem indica que sujeitar-se a cada posição particular ordenada por Deus está de acordo com a vontade de Deus.1
Então, a implicação da instrução inspirada de Pedro, de sujeição a toda instituição, segundo essa passagem, é igualada à sujeição ao próprio Deus.2 Embora isso possa ser difícil de entender aqui, tem como base as muitas passagens que descrevem essas relações de submissão à autoridade inerentes a cada uma das instituições constituídas.3 Assim, se a ação de submissão equivale à existência de uma instituição, então há cinco, não três, instituições evidenciadas nas Escrituras. Apresentaremos a seguir explicações dessas cinco relações explícitas de submissão à autoridade com o apoio de pelo menos três passagens bíblicas.
Depois de apresentá-las, tentarei fornecer passagens para cada uma que se relacionem com o propósito ordenado por Deus para essas instituições. Em vez de comentar sobre cada uma, vou deixar para você conferir o argumento apresentado em cada passagem. Finalmente, concluirei ilustrando as corrupções que acompanham a mistura das instituições, ou seja, quando os secularistas promovem a instituição do governo como preeminente, em detrimento das cinco serem iguais na mente de Deus. Note que as cinco instituições abaixo não estão em uma ordem específica de importância.
II. O ESTADO: PASSAGENS SOBRE AUTORIDADE E SUBMISSÃO
A. ROMANOS 13.1-3
“Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas. Portanto, aquele que se rebela contra a autoridade está se colocando contra o que Deus instituiu, e aqueles que assim procedem trazem condenação sobre si mesmos. Pois os governantes não devem ser temidos, a não ser pelos que praticam o mal. Você quer viver livre do medo da autoridade? Pratique o bem, e ela o enaltecerá.”
B. 1PEDRO 2.13-14
“Por causa do Senhor, sujeitem-se a toda autoridade constituída entre os homens; seja ao rei, como autoridade suprema, seja aos governantes, como por ele enviados para punir os que praticam o mal e honrar os que praticam o bem.”
C. TITO 3.1
“Lembre a todos que se sujeitem aos governantes e às autoridades, sejam obedientes, estejam sempre prontos a fazer tudo o que é bom.”
O OBJETIVO DO ESTADO É MORALIZAR
D. ROMANOS 13.4-7
“Pois é serva de Deus para o seu bem. Mas se você praticar o mal, tenha medo, pois ela não porta a espada sem motivo. É serva de Deus, agente da justiça para punir quem pratica o mal. Portanto, é necessário que sejamos submissos às autoridades, não apenas por causa da possibilidade de uma punição, mas também por questão de consciência. É por isso também que vocês pagam imposto, pois as autoridades estão a serviço de Deus, sempre dedicadas a esse trabalho. Deem a cada um o que lhe é devido: Se imposto, imposto; se tributo, tributo; se temor, temor; se honra, honra.”
E. 1PEDRO 2.14B-17
“… para punir os que praticam o mal e honrar os que praticam o bem. Pois é da vontade de Deus que, praticando o bem, vocês silenciem a ignorância dos insensatos. Vivam como pessoas livres, mas não usem a liberdade como desculpa para fazer o mal; vivam como servos de Deus. Tratem a todos com o devido respeito: amem os irmãos, temam a Deus e honrem o rei.”
Provavelmente o aspecto mais importante (em termos de aplicabilidade atual) dessas passagens em relação ao propósito da instituição do estado, relaciona-se com as intenções explícitas de Deus para ela: “Punir os que praticam o mal e honrar os que praticam o bem”. Para dizê-lo gentilmente, é sábio que os oficiais de governo evitem a ingerência em outras instituições — os parlamentares devem permitir liberdade às outras instituições que Deus ordenou (em vez de interferir), e lhes permitir atingir o objetivo ordenado por Deus. Uma instituição específica é mais eficiente do que qualquer outra instituição para alcançar o que Deus a projetou para fazer.
É BIBLICAMENTE EQUIVOCADO PENSAR QUE O GOVERNO É O ÚNICO VEÍCULO DE DEUS PARA REALIZAR SUA VONTADE NO MUNDO
Deus limita explicitamente os propósitos do estado nas passagens citadas anteriormente. O governo não realizará tão eficaz ou eficientemente o que Deus ordenou como a responsabilidade e os propósitos de outras instituições. Em suma, o propósito ordenado por Deus para o estado é o de reprimir o mal em um mundo caído por meio da punição corpórea. A força externa da retribuição exigida pelo pecado pode ser considerada “moralizar a sociedade”.
III. NEGÓCIOS: PASSAGENS SOBRE AUTORIDADE E SUBMISSÃO
A economia comercial do império romano, quando o Novo Testamento foi escrito, estava baseada na relação de senhor e escravo. Sem nos aprofundarmos nela, embora a nomenclatura desta relação seja similar à da escravidão americana, a maioria dos estudiosos acredita que seu emprego era completamente diferente. (Não estamos com isto sugerindo que por isso fosse menos maligna.) Apesar disso, os escritores do Novo Testamento concentram-se na mudança interna por meio do Evangelho, em vez de qualquer ênfase na mudança deste mal cultural (cf. o livro de Filemom). A questão relacionada a este estudo é utilizar estas passagens para ilustrar a relação de autoridade e submissão que existe na instituição de negócios tanto antigamente quanto hoje em dia (e não debater a questão da escravidão na Bíblia).
A. 1PEDRO 2.18-21
“Escravos, sujeitem-se a seus senhores com todo o respeito, não apenas aos bons e amáveis, mas também aos maus. Porque é louvável que, por motivo de sua consciência para com Deus, alguém suporte aflições sofrendo injustamente. Pois que vantagem há em suportar açoites recebidos por terem cometido o mal? Mas se vocês suportam o sofrimento por terem feito o bem, isso é louvável diante de Deus. Para isso vocês foram chamados, pois também Cristo sofreu no lugar de vocês, deixando-lhes exemplo, para que sigam os seus passos.”
B. EFÉSIOS 6.5
“Escravos, obedeçam a seus senhores terrenos com respeito e temor, com sinceridade de coração, como a Cristo.”
C. COLOSSENSES 3.22
“Escravos, obedeçam em tudo a seus senhores terrenos, não somente para agradar os homens quando eles estão observando, mas com sinceridade de coração, pelo fato de vocês temerem ao Senhor.”
O OBJETIVO DOS NEGÓCIOS É ECONOMIZAR
Uma parte da maldição sobre a humanidade, como resultado da queda em Gênesis 3, é a labuta do homem no trabalho. Gênesis 3.17b-19 afirma:
“‘… com sofrimento você se alimentará dela todos os dias da sua vida… Com o suor do seu rosto você comerá o seu pão, até que volte à terra, visto que dela foi tirado; porque você é pó e ao pó voltará.’”
O trabalho é parte da criação e não deve ser pensado como uma maldição em si mesmo. Assim, o trabalho será agora sempre difícil de alguma maneira. No entanto, a instituição de negócios serve para gerar sustento e provisões temporais, se não a prosperidade, para as necessidades do homem. Este é o propósito desta instituição de acordo com a vontade do Criador. O estado, em contraste, não se destina e não é projetado pelo criador para gerar renda eficientemente em uma cultura.
Além dos papeis já descritos dessas duas instituições, se devidamente compreendidas, elas ajudam o legislador a raciocinar sobre outras questões políticas difíceis e complexas (por exemplo, este conceito pode ser aplicado ao debate atual de saúde pública).
IV. CASAMENTO: PASSAGENS SOBRE AUTORIDADE E SUBMISSÃO
A. 1PEDRO 3.1-5
“Do mesmo modo, mulheres, sujeitem-se a seus maridos, a fim de que, se alguns deles não obedecem à palavra, sejam ganhos sem palavras, pelo procedimento de sua mulher, observando a conduta honesta e respeitosa de vocês. A beleza de vocês não deve estar nos enfeites exteriores, como cabelos trançados e joias de ouro ou roupas finas. Pelo contrário, esteja no ser interior, que não perece, beleza demonstrada num espírito dócil e tranquilo, o que é de grande valor para Deus. Pois era assim que também costumavam adornar-se as santas mulheres do passado, que colocavam a sua esperança em Deus. Elas se sujeitavam a seus maridos.”
B. EFÉSIOS 5.22-24, 28-33
“Mulheres, sujeitem-se a seus maridos, como ao Senhor, pois o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador. Assim como a igreja está sujeita a Cristo, também as mulheres estejam em tudo sujeitas a seus maridos. Da mesma forma, os maridos devem amar as suas mulheres como a seus próprios corpos. Quem ama sua mulher, ama a si mesmo. Além do mais, ninguém jamais odiou o seu próprio corpo, antes o alimenta e dele cuida, como também Cristo faz com a igreja, pois somos membros do seu corpo. ‘Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne.’ Este é um mistério profundo; refiro-me, porém, a Cristo e à igreja. Portanto, cada um de vocês também ame a sua mulher como a si mesmo, e a mulher trate o marido com todo o respeito.”
C. 1CORÍNTIOS 11.3
“Quero, porém, que entendam que o cabeça de todo homem é Cristo, e o cabeça da mulher é o homem, e o cabeça de Cristo é Deus.”
O PROPÓSITO DO CASAMENTO É MATERIALIZAR (ENTRE OUTROS)
D. PROPORCIONAR PROCRIAÇÃO – GÊNESIS 1.27-28
“Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. Deus os abençoou, e lhes disse: ‘Sejam férteis e multipliquem-se! Encham e subjuguem a terra! Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem pela terra’.”
A procriação, materializar a próxima geração, é um dos propósitos primários para os quais Deus criou a instituição do casamento. Outras finalidades para esta instituição são:
E. PROPORCIONAR A PERSONIFICAÇÃO DO AMOR DE CRISTO PELA IGREJA – EFÉSIOS 5.24-27
“Assim como a igreja está sujeita a Cristo, também as mulheres estejam em tudo sujeitas a seus maridos. Maridos, amem suas mulheres, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se a si mesmo por ela para santificá-la, tendo-a purificado pelo lavar da água mediante a palavra, e apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpável.”
F. PROPORCIONAR PARCERIA: GÊNESIS 2.18
“Então o Senhor Deus declarou: ‘Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda’.”
G. PROPORCIONAR PRAZER: PROVÉRBIOS 5.18-19
“Seja bendita a sua fonte! Alegre-se com a esposa da sua juventude. Gazela amorosa, corça graciosa; que os seios de sua esposa sempre o fartem de prazer, e sempre o embriaguem os carinhos dela.”
Observe estes quatro propósitos múltiplos para o conceito de casamento criado por Deus. Eles são todos maravilhosos! Deus pretende que o casamento seja gratificante, contanto que seja conduzido em seus caminhos. Certifique-se de priorizar seu casamento e continue a construir a equidade em seu relacionamento, especialmente tendo em conta o estilo de vida difícil que você leva como legislador, em que você e seu cônjuge muitas vezes ficam separados um do outro. Proteja e defenda seu casamento; ele é sagrado.
É DEUS QUEM DEFINE O CASAMENTO. O ESTADO MOSTRA-SE PRESUNÇOSO E EXTRAPOLA SEU PROPÓSITO INSTITUCIONAL AO REDEFINIR O CASAMENTO
V. FAMÍLIA: PASSAGENS SOBRE AUTORIDADE E SUBMISSÃO
A. EFÉSIOS 6.1-4
“Filhos, obedeçam a seus pais no Senhor, pois isso é justo. ‘Honra teu pai e tua mãe’, este é o primeiro mandamento com promessa: ‘para que tudo te corra bem e tenhas longa vida sobre a terra’. Pais, não irritem seus filhos; antes criem-nos segundo a instrução e o conselho do Senhor.”
B. COLOSSENSES 3.20
“Filhos, obedeçam a seus pais em tudo, pois isso agrada ao Senhor.”
C. HEBREUS 12.5-11
“Vocês se esqueceram da palavra de ânimo que ele lhes dirige como a filhos: ‘Meu filho, não despreze a disciplina do Senhor, nem se magoe com a sua repreensão, pois o Senhor disciplina a quem ama, e castiga todo aquele a quem aceita como filho.’ Suportem as dificuldades, recebendo-as como disciplina; Deus os trata como filhos. Pois, qual o filho que não é disciplinado por seu pai? Se vocês não são disciplinados, e a disciplina é para todos os filhos, então vocês não são filhos legítimos, mas sim ilegítimos. Além disso, tínhamos pais humanos que nos disciplinavam, e nós os respeitávamos. Quanto mais devemos submeter-nos ao Pai dos espíritos, para assim vivermos! Nossos pais nos disciplinavam por curto período, segundo lhes parecia melhor; mas Deus nos disciplina para o nosso bem, para que participemos da sua santidade. Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no momento, mas sim de tristeza. Mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados.”
O PROPÓSITO DA FAMÍLIA É CATEQUIZAR
D. CRIAR UM PATRIMÔNIO DIVINO – EFÉSIOS 6.4; PROVÉRBIOS 22.6; DEUTERONÔMIO 4.9
“Pais, não irritem seus filhos; antes criem-nos segundo a instrução e o conselho do Senhor.”
“Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles.”
“Apenas cuidado! Muito cuidado, para que vocês nunca se esqueçam das coisas que os seus olhos viram; conservem-nas na memória por toda a sua vida. Contem-nas a seus filhos e a seus netos.”
O principal objetivo da instituição da família é criar filhos piedosos para o crescimento da igreja e do reino de Cristo, e o seu consequente impacto positivo na cultura. O fruto de famílias fortes — a primeira linha na formação de discípulos — reverte para o benefício geral de todas as outras instituições. É um erro grave quando o Estado interfere em famílias cujos pais estão educando seus filhos de forma bíblica. Por exemplo, a Escritura ensina que os pais devem disciplinar seus filhos, a fim de restringir sua natureza pecaminosa quando ainda são pequenos. Se o governo limitar essa responsabilidade institucional e direito inalienável, então o governo e a sociedade herdarão cidadãos que não têm disciplina, provavelmente necessitando de um estado policial na próxima geração. Mais uma vez, é presunçoso por parte do governo pensar que sabe mais sobre como os pais devem educar seus filhos.
E. SER UMA BÊNÇÃO – PROVÉRBIOS 17.6; PROVÉRBIOS 31.28A
“Os filhos dos filhos são uma coroa para os idosos, e os pais são o orgulho dos seus filhos.”
“Seus filhos se levantam e a elogiam…”
VI. A IGREJA: PASSAGENS SOBRE AUTORIDADE E SUBMISSÃO
A. HEBREUS 13.17
“Obedeçam aos seus líderes e submetam-se à autoridade deles. Eles cuidam de vocês como quem deve prestar contas. Obedeçam-lhes, para que o trabalho deles seja uma alegria e não um peso, pois isso não seria proveitoso para vocês.”
B. 1TESSALONICENSES 5.12-13
“‘Agora lhes pedimos, irmãos, que tenham consideração para com os que se esforçam no trabalho entre vocês, que os lideram no Senhor e os aconselham. Tenham-nos na mais alta estima, com amor, por causa do trabalho deles. Vivam em paz uns com os outros.’”
C. ATOS 20.28
“Cuidem de vocês mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo os colocou como bispos, para pastorearem a igreja de Deus, que ele comprou com o seu próprio sangue.”
D. 1PEDRO 5.1-5
“Portanto, apelo para os presbíteros que há entre vocês, e o faço na qualidade de presbítero como eles e testemunha dos sofrimentos de Cristo, como alguém que participará da glória a ser revelada: Pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados. Olhem por ele, não por obrigação, mas de livre vontade, como Deus quer. Não façam isso por ganância, mas com o desejo de servir. Não ajam como dominadores dos que lhes foram confiados, mas como exemplos para o rebanho. Quando se manifestar o Supremo Pastor, vocês receberão a imperecível coroa da glória. Da mesma forma jovens, sujeitem-se aos mais velhos. Sejam todos humildes uns para com os outros, porque ‘Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes.’”
O PROPÓSITO DA IGREJA É EVANGELIZAR
O propósito principal de Deus para a igreja é que ela faça discípulos (Mateus 28.18-20). Ele alcança isso dando evangelistas e pastores-mestres a esta instituição (Efésios 4.11-12; Romanos 10.15). Em 1Timóteo 3.15 Paulo declara uma característica peculiar da igreja quando diz:
“Mas, se eu demorar, saiba como as pessoas devem comportar-se na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e fundamento da verdade.”
A igreja, ou a “casa de Deus”, como é chamada aqui, é o fundamento (hedraioma) da verdade. Essa palavra significa “coluna, base, ou baluarte”. Assim, todas as outras instituições ordenadas por Deus na era da igreja dependem da saúde da mesma, que é sinônimo de sua eficácia em fazer discípulos que se tornem os preservadores e iluminadores (cf. Mateus 5.13-14) da verdade em e para todos os outros. Assim, o foco principal da igreja é a construção de um outro reino, o reino de Cristo que “não é deste mundo” (João 18.36), mas tangencialmente produz (ao menos deveria produzir) homens e mulheres de caráter cristão que são modelos de cidadãos para as outras instituições. A formação de discípulos tem um efeito sobre o aqui e agora não apenas sobre o reino espiritual e eterno de Deus. Nenhuma outra instituição pode realizar essa tarefa. A igreja tem um valor único, e seu trabalho deve ser desimpedido pelo estado. A história prova que quando o estado deixa a igreja livre de entraves, ela é mais eficaz.
VII. O FOCO DAS INSTITUIÇÕES
Como foi mostrado, cada uma das cinco instituições tem propósitos específicos ordenados do alto. Cada uma faz o que faz melhor.
NÃO SE PODE ESPERAR QUE A IGREJA PRENDA LADRÕES NA RUA, ASSIM COMO NÃO SE PODE ESPERAR QUE O ESTADO FAÇA DISCÍPULOS NA IGREJA
NÃO SE PODE ESPERAR QUE OS NEGÓCIOS PRODUZAM CRIANÇAS BONDOSAS, ASSIM COMO NÃO SE PODE ESPERAR QUE AS FAMÍLIAS PRODUZAM AUTOMÓVEIS
Cada instituição é exclusivamente dotada e agraciada por Deus. O legislador sábio vai acatar a maneira de Deus de mediar seu reino entre a primeira e segunda vinda de Cristo e, no tempo presente, manifestar sua vontade em um mundo caído, respeitando o projeto e o propósito de Deus para cada instituição.
VIII. A FALHA DAS INSTITUIÇÕES
A seguir, você encontrará alguns dos problemas que ocorrem quando o estado (para escolher uma instituição) confunde seu papel com os dos outros, ou começa a agir além de seus propósitos de “punir os que praticam o mal e honrar os que praticam o bem”. Quando o governo invade o espaço de outras instituições, esses resultados podem surgir:
Esses possíveis resultados representam aberrações que vão contra a vontade revelada de Deus. Eles geram ineficiência e, às vezes, consequências desastrosas. Temos o manual de instruções, não devemos desviar-nos de suas diretrizes.
IX. CONCLUSÃO
Este estudo sobre cosmovisão cristã serve para dar ao cristão que ocupa um cargo público uma perspectiva biblicamente embasada para governar: Se alguém não sabe em que acredita, ou por que acredita no que acredita, então este estudo é especialmente pertinente. Aqui está um conceito, tirado das Escrituras, que está sintonizado com o projeto do Criador. Lembre-se dos propósitos de cada instituição:
ESTADO: MORALIZAR
NEGÓCIOS: ECONOMIZAR
CASAMENTO: MATERIALIZAR
FAMÍLIA: CATEQUIZAR
IGREJA: EVANGELIZAR
Além disso, a partir de uma perspectiva teológica:
O estado existe para manifestar a graça restritiva de Deus.
Os negócios existem para manifestar a graça comum.
O casamento existe para manifestar a graça criacional.
A família existe para manifestar a graça formativa.
A igreja existe para manifestar a graça salvadora.
Deus é muito bom para nós ao manifestar seu reino e graça por meio dessas instituições “criadas para o homem”. Elas são manifestações de seu maravilhoso amor e cuidado por nós, seres que Ele criou e com os quais se importa profundamente! Ele é um Deus de ordem, e isso representa a ordem divinamente elaborada. Qualquer instituição é mais eficiente do que outra quando se trata de fazer o que ela faz melhor.
Essa é a maneira pela qual Cristo pretende manifestar seu reino no mundo de hoje: Essas instituições representam a mediação de sua autoridade em um mundo caído, em sua ausência física, antes de sua segunda vinda.
A melhor notícia, a grande notícia, é que um dia Jesus virá — e que dia glorioso será! O reino de Cristo um dia se espalhará de Jerusalém pelo mundo inteiro. Seu reino físico, pessoal, não mediado, e sua manifestação de autoridade serão perfeitos, sem a mancha do pecado. Que dia maravilhoso será! Você está pronto para a volta dele? Você se ajoelhou diante de seu senhorio em todas as áreas de sua vida? Confesse-o hoje como seu Senhor e Salvador e legisle de acordo com o conceito institucional de Deus. Ele abençoa os que lhe são obedientes!cm
1 As palavras gregas que são traduzidas como “instituição humana” anthropine ktisei (ἀνθρωπίνῃ κτίσει) são um pouco difíceis de traduzir. A primeira palavra grega é um adjetivo que modifica a segunda, um substantivo, ambas no caso dativo da sentença (um objeto indireto). As palavras gregas literal e respectivamente, significam: “Característica da humanidade” (em contraste com o celestial) e “o que é criado”. Quando usados juntos, significam “para a humanidade, o que é criado”. Não é a ideia de que o ser humano criou a instituição, e sim uma criação de Deus para a humanidade, para mediar seu reino na ausência física de Cristo. Além disso, pode-se argumentar que a autoridade e as relações de submissão se tornaram necessárias devido à queda (pecado no mundo), e que não existia necessidade de autoridade e submissão antes dela. Isto é comumente referido na teologia como o ponto de vista igualitário. Entretanto, é negado por Paulo ao mostrar que a autoridade do marido e a submissão da esposa estão enraizados na criação, e não na queda (cf. 1Coríntios 11.3-16, 1Timóteo 2.11-14). A autoridade e a submissão institucionais, então, têm a ver com o reinado de mediação de Deus no mundo em vez de um remédio para o pecado, após a queda.
2 Uma advertência quanto à submissão é o princípio de Atos 4.19. Essa passagem ilustra uma autoridade institucional exigindo que alguém em submissão à autoridade desobedeça a uma verdade bíblica. Sempre que um decreto por alguém com autoridade em qualquer uma das cinco instituições esteja claramente em contradição com a capacidade de obedecer a Bíblia, então ela deve ter preferência sobre as demandas da pessoa com essa autoridade.
3 O evangelicalismo histórico tipicamente identifica apenas três instituições ordenadas por Deus na era da igreja. Se, no entanto, uma instituição é caracterizada pela existência de uma relação de autoridade e submissão, que parece ser a instrução composta em 1Pedro 2.13-15, então há cinco instituições reveladas no Novo Testamento. Esta seria a diferença entre o que eu considero um entendimento “tricionalista” em vez de um “pentacionalista” do reino de mediação de Cristo na era da igreja. Eu sou, como mostro pelo conteúdo deste estudo, um “pentacionalista” (minhas palavras).