Você Entristece Ou Apaga O Espírito Santo?
Download do Estudo BíblicoCom frequência, no ministério, pastores em situações de aconselhamento acabam lidando com as necessidades percebidas pelos indivíduos. Mas subjacentes a essas necessidades estão as necessidades reais, que geralmente estão relacionadas às ações incorretas que derivam de ideias equivocadas, ou seja, falta de conhecimento bíblico ou uma teologia pobre. “Porque, como imaginou no seu coração, assim é ele,” afirma Provérbios 23.7 (ACF).
Nesse sentido e a fim de ter uma forma de pensar apropriada, é preciso ser guiado pela Palavra de Deus. Mas para manifestar as ações corretas, o poder da Palavra de Deus deve agir de modo contundente e convincente na consciência do indivíduo – em seu pensamento. Sua consciência não é nada além daquilo a respeito do que você está consciente.
E é aqui que o estudo das grandes doutrinas da fé entra em jogo. Quando apreendemos e compreendemos tudo o que as Escrituras têm a dizer sobre um determinado assunto, isso muitas vezes será persuasivo para a consciência – e nos guiará às ações corretas.
Tendo isso em mente, gostaria de estudar a importante doutrina bíblica do Espírito Santo com você nesta semana. Que as verdades profundas sobre a terceira pessoa da Trindade o ajudem ainda mais a amadurecer na fé e a fortalecer seu pensamento, suas consciência e suas ações.
Ralph Drollinger
I. INTRODUÇÃO
Jesus disse aos discípulos, e evidentemente aos cristãos de hoje: “E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Conselheiro para estar com vocês para sempre” (João 14.16). O ministério de Jesus com seus discípulos foi limitado pelo tempo, uma vez que brevemente ele ascenderia ao céu. É reconfortante, e apenas conhecido por meio do estudo e aplicação desta verdade da Escritura, que Deus dotou a todos os cristãos com a terceira pessoa da Trindade.1
Conhecido também nas Escrituras como o Consolador, o Espírito Santo é Deus; a Bíblia o identifica como uma das três pessoas existentes como Deus: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Como o terceiro membro da Trindade, Ele é encarregado dos ministérios de ajuda e capacitação. Por meio de sua habilitação, cada parlamentar que é seguidor de Cristo tem a capacidade de fazer o que é certo em sua vida pessoal e profissional. Neste estudo, intitulado “Você entristece ou apaga o Espírito Santo?” vamos saber mais sobre quem é o Espírito Santo, sua presença e ministério, seus dons e capacitação na vida do cristão. Segue-se que, considerando as múltiplas funções positivas do Espírito, você não iria querer entristecê-lo ou apagá-lo.
II. O ESPÍRITO SANTO É UMA PESSOA
A. RECONHECIDO COMO PESSOA
O Espírito Santo é descrito como uma pessoa que habita no cristão e pode ser conhecida. Observe como João se refere a Ele (João 14.17):
“… o Espírito da verdade. O mundo não pode recebê-lo, porque não o vê nem o conhece. Mas vocês o conhecem, pois ele vive com vocês e estará em vocês.”
B. ATRIBUTOS DE PERSONALIDADE
A personalidade é definida pela presença de intelecto, emoção e volição. Observe que cada um desses atributos faz parte do Espírito Santo, como fica evidente nas respectivas passagens a seguir.
1. Intelecto
Romanos 8.26-27 revela que o Espírito Santo tem capacidade intelectual. Ele possui a habilidade de conhecer e entender a realidade:
“Da mesma forma o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. (…) o Espírito intercede pelos santos de acordo com a vontade de Deus.”
Que passagem reconfortante! Como muitas vezes nos atrapalhamos em nossas orações, o Espírito Santo tem a capacidade intelectual de ir direto ao assunto e ler o desejo de nossos corações – fazendo Ele mesmo nossas orações a Deus Pai. Ele nos ajuda a orar. (Essa passagem me levou a concluir que a quantidade é mais importante do que a qualidade quando se trata de orar.)
Além disso, em relação ao intelecto, observe em 1Coríntios 2.10-11 que o Espírito Santo tem a habilidade de sondar e compreender:
“… mas Deus o revelou a nós por meio do Espírito. O Espírito sonda todas as coisas, até mesmo as coisas mais profundas de Deus. Pois, quem dentre os homens conhece as coisas do homem, a não ser o espírito do homem que nele está? Da mesma forma, ninguém conhece as coisas de Deus, a não ser o Espírito de Deus.”
O Espírito Santo auxilia na nossa compreensão de Deus e do nosso eu. As passagens anteriores mostram que o Espírito Santo não é algum tipo de fantasma, nem é esotérico, em termos de nossa compreensão dele; Ele é uma pessoa revelada por sua capacidade intelectual. Assim:
AQUELE QUE HABITA NO CRISTÃO É UMA PESSOA AMÁVEL E INTELIGENTE. ENTÃO, DEVEMOS NOS ESFORÇAR PARA TER UM RELACIONAMENTO PESSOAL E INTELECTUAL COM ELE
2. Emoção
O Espírito Santo possui a capacidade de experimentar emoções. Um exemplo é Efésios 4.29-30. Essa passagem revela que Ele se entristece quando usamos o templo em que habita (nosso corpo físico, cf. 1Coríntios 3.16) para falar ou fazer coisas inconvenientes ou que não são características dele; ou seja, quando você, como um embaixador de Cristo, de alguma forma e de maneiras multivariadas descaracteriza a própria natureza daquele que realmente carrega dentro de você:
Nenhuma palavra torpe saia da boca de vocês, mas apenas a que for útil para edificar os outros, conforme a necessidade, para que conceda graça aos que a ouvem. Não entristeçam o Espírito Santo de Deus, com o qual vocês foram selados para o dia da redenção.
3. Volição
O Espírito Santo possui a capacidade de determinar e/ou agir por sua decisão. Isso também revela sua pessoalidade como está evidenciado em 1Coríntios 12.7,11. Aqui o apóstolo Paulo revela que o Espírito Santo está encarregado de determinar e distribuir dons espirituais aos cristãos:
“A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito, visando ao bem comum. (…)
Todas essas coisas, porém, são realizadas pelo mesmo e único Espírito, e ele as distribui individualmente, a cada um, conforme quer.”
Atos 13.2 e 15.28, respectivamente, também servem para revelar o aspecto volitivo do Espírito Santo:
“Enquanto adoravam ao Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: ‘Separem-me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado.”
Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não impor a vocês nada além das exigências necessárias apresentadas a seguir.
Em síntese deste primeiro insight sobre a natureza do Espírito Santo, fica bem claro em toda a Escritura que o Espírito Santo de Deus possui intelecto, emoção e volição que, quando tomados em conjunto, destacam que Ele não é uma coisa, ou um fantasma, mas sim, pode ser comparado a uma pessoa. Este conhecimento teológico se manifesta na prática de uma maneira muito pessoal de conviver com Ele. Como cristão, você pode conhecer aquele que vive em seu coração. Na verdade o Espírito Santo de Deus deseja isso – ter uma relação cada vez mais pessoal. Então, aprenda a falar com Ele por meio da oração; consulte-o e desfrute de sua companhia sempre presente. Ele está aí para ajudá-lo, encorajá-lo, guiá-lo e corrigi-lo. Memorize a passagem da abertura deste estudo (João 14.16) e medite nela muitas vezes, no que diz respeito ao propósito e ao papel da terceira pessoa da Trindade. Novamente, Jesus afirma a respeito de sua eventual partida, ao deixar seus discípulos:
“E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Conselheiro para estar com vocês para sempre.”
III. O ESPÍRITO SANTO É DEUS
A. ATRIBUTOS
As Escrituras declaram expressamente que o Espírito Santo tem os mesmos atributos que Deus. Observe essas características comuns no quadro abaixo.
A Escritura também declara expressamente que o Espírito Santo é obviamente uma pessoa distinta. Isso harmoniza com a definição clássica, mais compacta da Trindade: “Três pessoas distintas de uma única essência”. Se o Espírito Santo é onisciente, onipresente, eterno e infalível (ou seja, incapaz de mentir), é lógico que também é Deus. Observe:
TODAS AS SEITAS PSEUDOCRISTÃS TÊM ALGO EM COMUM – UMA DEFINIÇÃO IMPERFEITA DA TRINDADE, ERRANDO EM ALGUM PONTO BIBLICAMENTE EXPLÍCITO DA DEFINIÇÃO
B. DECLARAÇÕES DE DIVINDADE
Em apoio adicional ao fato de o Santo Espírito ser Deus, em 2Coríntios 3.17 o apóstolo Paulo declara explicitamente a divindade do Espírito Santo:
“Ora, o Senhor é o Espírito e, onde está o Espírito do Senhor, ali há liberdade.”
Em Atos 5.3-4, Pedro faz referência a uma questão citada anteriormente neste estudo, a natureza pessoal do Espírito Santo, tal como ilustrado no fato de que Ananias mentiu para Ele. Mas observe ainda que Pedro associa mentir ao Santo Espírito como sinônimo de mentir a Deus:
Então perguntou Pedro: “Ananias, como você permitiu que Satanás enchesse o seu coração, a ponto de você mentir ao Espírito Santo e guardar para si uma parte do dinheiro que recebeu pela propriedade? Ela não lhe pertencia? E, depois de vendida, o dinheiro não estava em seu poder? O que o levou a pensar em fazer tal coisa? Você não mentiu aos homens, mas sim a Deus.”
Essas passagens e muitas outras destacam os fundamentos escriturais históricos para a doutrina da Trindade, e especificamente aqui, que o Espírito Santo é um membro dela.
IV. A OBRA DO ESPÍRITO SANTO
Como membro da Trindade, o Espírito Santo tem certas responsabilidades. Por exemplo, de acordo com o Salmo 104.30,1 o Espírito Santo está ativo na criação e em sua contínua renovação:
“Quando sopras o teu fôlego, eles são criados, e renovas a face da terra.”
Em um mundo amaldiçoado com o pecado, um dos ministérios do Espírito Santo é sustentar e manter a nossa terra caída e seu ecossistema antes da vinda de um novo céu e nova terra como descrito em Apocalipse 21.1 e 22.3.2
Por último, em termos de uma pesquisa rápida, observe ainda outra responsabilidade importante do Espírito Santo:
V. O MINISTÉRIO DO ESPÍRITO SANTO NA SALVAÇÃO
Uma das áreas mais importantes da obra do Espírito Santo diz respeito ao plano de salvação de Deus. Outra conotação do Espírito Santo ser nosso Conselheiro está relacionada à salvação individual. Jesus afirma em João 16.7-8:
“Mas eu lhes afirmo que é para o bem de vocês que eu vou. Se eu não for, o Conselheiro não virá para vocês; mas se eu for, eu o enviarei. Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo.”
É pelo Espírito Santo que os pecadores são convencidos de seus pecados e trazidos ao Reino de Deus. Veja João 3.5-8:
Respondeu Jesus: “Digo-lhe a verdade: Ninguém pode entrar no Reino de Deus, se não nascer da água e do Espírito. O que nasce da carne é carne, mas o que nasce do Espírito é espírito. Não se surpreenda pelo fato de eu ter dito: É necessário que vocês nasçam de novo. O vento sopra onde quer. Você o escuta, mas não pode dizer de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com todos os nascidos do Espírito.”
Visto que isso se relaciona especificamente ao papel do Santo Espírito na salvação, note o que Ele faz, de acordo com Tito 3.5-7:
“… não por causa de atos de justiça por nós praticados, mas devido à sua misericórdia, ele nos salvou pelo lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós generosamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador. Ele o fez a fim de que, justificados por sua graça, nos tornemos seus herdeiros, tendo a esperança da vida eterna.”
Por fim, em termos do ministério do Espírito Santo na salvação, em Efésios 1.13-14 o Espírito Santo sela e garante a salvação do cristão:
“Nele, quando vocês ouviram e creram na palavra da verdade, o evangelho que os salvou, vocês foram selados com o Espírito Santo da promessa, que é a garantia da nossa herança até a redenção daqueles que pertencem a Deus, para o louvor da sua glória.”
Cabe aqui explicar sobre o selo do Espírito Santo. O selo era um dispositivo antigo, geralmente um anel de sinete ou cilindro gravado com o nome do proprietário ou símbolo específico. Era usado para selar bens, demonstrar posse, atestar a autenticidade de documentos ou marcar fisicamente algo com uma forma primitiva do que seria a marca registrada. Direto ao assunto, a ideia de selo antigo indicava posse e segurança. Aqui, Paulo remete a esta compreensão cultural, a fim de representar e comunicar a garantia dos cristãos de bênçãos futuras.
É A PRESENÇA PESSOAL DO ESPÍRITO SANTO NA VIDA DO CRISTÃO QUE DEUS DECLARA SER A PROMESSA DE NOSSA HERANÇA NO FUTURO
Que garantia maravilhosa de salvação! Quando salvos, somos selados pelo Espírito Santo por toda a eternidade, segundo esta magnífica passagem (além de muitas outras).
VI. O MINISTÉRIO DO SANTO ESPÍRITO NA VIDA DO CRISTÃO
A. ELE HABITA EM TODO CRISTÃO
A definição de Romanos registra o apóstolo Paulo falando a indivíduos salvos; é um dos principais Livros do Novo Testamento sobre a doutrina da salvação. Observe em Romanos 8.9 como o Espírito Santo relaciona-se aos redimidos:
“Entretanto, vocês não estão sob o domínio da carne, mas do Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vocês. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo.”
Essa passagem indica inequivocamente que é impossível ser cristão e não ser habitado pelo Espírito Santo. Não deve haver dúvida em sua mente: se você tem fé em Jesus também tem o Espírito de Deus habitando em você.
B. ELE CONDUZIU A AUTORIA DA ESCRITURA
Outro ministério do Espírito Santo no vida do cristão pode ser identificado em 1Coríntios 2.12-13 (o “nós” é uma referência a Paulo e aos outros apóstolos):
“Nós, porém, não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito procedente de Deus, para que entendamos as coisas que Deus nos tem dado gratuitamente. Delas também falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com palavras ensinadas pelo Espírito, interpretando verdades espirituais para os que são espirituais.”
Em outras palavras, o Espírito Santo inspirou os autores da Escritura – o que eles escreveram procedeu Dele; Ele conduziu a escrita da Escritura que abençoa tanto todos os cristãos até hoje.
2Pedro 1.20-21 serve para destacar ainda mais isso:
“Nenhuma profecia veio da iniciativa do homem. Quando os homens falaram por Deus, foi o Santo Espírito que os moveu.”
C. AS RESPONSABILIDADES DO CRISTÃO EM RELAÇÃO A ELE
Mais uma vez, considerando os profundos e importantes benefícios revertidos à vida do cristão, nenhum seguidor de Cristo em sã consciência jamais interromperia a ação do Espírito em sua vida. No entanto, a Bíblia diz que essa condição é possível – então tome cuidado!
1. Não o entristeça
Como mencionado anteriormente no estudo, em Efésios 4.30 Paulo instrui os cristãos da igreja em Éfeso a não entristecer a pessoa do Espírito Santo. Vale a pena afirmar novamente: Deus se entristece quando os cristãos não vivem de acordo com a sua nova vida em Cristo; você foi comprado por um preço – e carrega dentro de você o Santo Espírito. Represente-o bem! Não faça de sua morada uma tarefa diária penosa a qual Ele não aguarda com alegria.
2. Não o apague
Em 1Tessalonicenses 5.19 Paulo afirma de modo imperativo:
“Não apaguem o Espírito.”
Se é normativo para o Espírito Santo que habita em você criar continuamente um fogo em seu seio para viver de forma justa, então pecar traz a ideia de extinguir ou apagar esse fogo. Não sufoque todo o poder dele que habita em você consistente e continuamente.
3. Seja continuamente preenchido por Ele
Seguindo nessa linha da capacitação pessoal do Espírito que lhe permite viver de forma justa, observe com atenção Efésios 5.18:
“Não se embriaguem com vinho, que leva à libertinagem, mas deixem-se encher pelo Espírito…”
Aqui, Paulo não está contrastando dois diferentes tipos de estilos de vida, mas comparando duas vidas que são controladas por forças externas. Essa passagem indica que é normativo e desejável que o cristão habitado pelo Espírito seja totalmente controlado por uma força externa: neste caso, não o vinho, mas o poder do Espírito Santo. Ele deve permear todas as áreas do seu ser que, no caso de um parlamentar, deve incluir a elaboração de políticas públicas. Não deve haver compartimentalização quanto a que parte da vida é preenchida ou controlada pelo Espírito Santo. Segue-se que o oposto de ser preenchido por Ele em todas as áreas é, em essência, respectivamente sufocá-lo ou apagá-lo.
Em um estudo rápido do ministério do Espírito Santo na vida do cristão, a seguinte questão também deve ser bem entendida:
SOMOS BATIZADOS NO ESPÍRITO SANTO QUANDO SOMOS SALVOS – MAS HÁ MUITOS ENCHIMENTOS SUBSEQUENTES DO ESPÍRITO SANTO
Considerando que o batismo do Espírito Santo na vida do cristão ocorre em um sentido posicional no momento da salvação, no sentido prático, no dia a dia, há muitos enchimentos do Espírito Santo. Esses enchimentos ocorrem sempre que o cristão exala o pecado (confessa e se arrepende) e, em seguida, inspira, por assim dizer, ou seja, pede a Deus que o reaproprie da plenitude e do controle do Espírito Santo dentro e no trono de sua vida. Para ilustrar e sublinhar esta importante verdade referente ao Espírito Santo, note que em Atos há apenas uma vez em que os cristãos são batizados pelo Espírito Santo — no dia de Pentecostes, no capítulo 2 — mas há inúmeras vezes ao longo deste livro histórico narrativo em que os cristãos são enchidos com o Espírito Santo. Assim, lide com o pecado em sua vida diariamente, a fim de permanecer cheio do Espírito e capacitado por Ele todos os dias.
4. Um entendimento crucial e mais amplo relativo a ser preenchido
Colossenses 3.16 apresenta uma visão perspicaz para a compreensão desta verdade importante:
“Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo; ensinem e aconselhem-se uns aos outros com toda a sabedoria, e cantem salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando com gratidão a Deus em seu coração.”
Os mesmos atributos listados no final de Efésios 5.18 também aparecem em Colossenses 3.16 – apenas a causa é diferente em cada passagem. Isso quer dizer que deixar a palavra de Cristo habitar ricamente em você e ser enchido pelo Espírito em um sentido dedutivo são a mesma coisa, ou seja, você se enche do Espírito à medida que a Palavra habita em você. Esta é uma visão importante: a Bíblia é a estação de carregamento que permite que o seu veículo permaneça cheio de energia e funcione eficazmente para a glória e propósito de Deus. Sem Palavra, sem poder.
5. Afaste-se do pecado
Gálatas 5.16 afirma:
“Por isso digo: Vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne.”
Com base neste conceito, a chave para uma vida cristã vitoriosa é o fundamental e perene hábito do estudo bíblico, que irá mantê-lo cheio do Espírito; é sinônimo de viver pelo Espírito, que é o que nos impede de satisfazer os desejos da carne.
QUANTO MAIS VOCÊ ESTIVER CHEIO DA PALAVRA, MENOR A TENTAÇÃO DE SER CARNAL E MAIOR O PODER DO ESPÍRITO EM VOCÊ
D. EVIDÊNCIAS DO CRISTÃO CHEIO DO ESPÍRITO SANTO
Quando um cristão está cheio do Espírito Santo, mostra em sua vida o fruto do Espírito. Examine Gálatas 5.22-25 tendo isso em mente:
“Mas o fruto do espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei. Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e seus desejos. Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo espírito.”
As nove características de ser cheio do Espírito Santo nesta passagem não são coisas a que você deve remeter e se disciplinar para fazer, mas evidências ou indicadores de alguém cheio do Espírito Santo. Ele escapa pelos seus poros quando você permite. Será que esses atributos da presença capacitadora e preenchedora do Espírito caracterizam você? Você está exibindo essas qualidades em sua própria vida? Qual(is) pecado(s) não confessado(s) está/estão impedindo que Ele permeie sua vida e exale a partir de você?
É preciso observar aqui também que, em qualquer estudo sobre o Espírito Santo, ser cheio do Espírito é crucial e progressivo. Ou seja: um cristão deve ser cheio do Espírito versus andar na carne — isto é de suma importância. Mas ser cheio do Espírito também é progressivo: um cristão que anda no Espírito há muitos anos irá evidenciar mais o fruto do Espírito do que um cristão que anda no Espírito há apenas alguns meses.
VII. APLICAÇÃO
Observe cuidadosamente e medite em 1Coríntios 6.19-20:
“Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de si mesmos? Vocês foram comprados por alto preço. Portanto, glorifiquem a Deus com o corpo de vocês.”
Essa passagem deve ter um significado importante na vida de todo cristão.
DEUS O COMPROU DESTE MUNDO POR UM PREÇO TREMENDO. AO MESMO TEMPO EM QUE O ADQUIRIU COM O SANGUE DE CRISTO, ELE O COMPROU, MEU AMIGO, E HABITA EM VOCÊ POR MEIO DE SEU ESPÍRITO SANTO!
E agora Deus espera que você o sirva e o glorifique pelo resto de sua existência terrena. Essas verdades sobre o Espírito Santo precisam recriar e moldar sua identidade: como você se vê nesta vida. Elas precisam ser a base para todas as áreas de seu serviço a Ele: na devoção pessoal, no compromisso com a família e em sua atuação como parlamentar, servindo à sua nação. Não o entristeça ou o apague em qualquer área da sua vida!cm
1 Vale a pena notar aqui: Salmo 104.30 e outras passagens relacionadas servem para contrariar a ideia de que o homem por si só pode destruir seu habitat terrestre. Pensar que o homem pode aniquilar a enormidade da terra deriva de uma visão de mundo secular e insolente da importância suprema do homem. Em contrapartida, a Bíblia afirma que Deus permanece onisciente, onipresente e onipotente no assuntos atuais da humanidade e que reina supremo sobre o meio ambiente que Ele mesmo criou. O cristão pode confiar inteiramente nas promessas de Deus relativas à manutenção do ecossistema da terra, mesmo tendo em conta a queda do homem. Em Gênesis Deus promete nunca inundar a terra (Gênesis 9.11), e no Sermão do Monte Deus promete sempre enviar a chuva, que inclui especificamente a menção de cair sobre os injustos (Mateus 5.45). A graça comum de Deus e a sustentabilidade biológica é uma promessa em curso num mundo caído (cf. Mateus 6.25-32) e contradiz teorias tão em moda como o aquecimento global.
2 Uma porção histórica do evangelicalismo acredita no que é comumente conhecido e referido como o “segundo batismo”, onde se acredita que o Espírito Santo passa a habitar no cristão após o recebimento de Cristo. Pessoalmente, eu defendo a posição teológica de que o Espírito Santo habita em todo o cristão no momento em que ele se arrepende do pecado e passa a crer no Senhor Jesus Cristo, ou seja, o cristão é habitado pelo Espírito na salvação (cf. Romanos 8.9; Atos 11.17). Os defensores do segundo batismo geralmente citam Atos. Aqueles que se opõem a esta posição acreditam que Atos é uma narrativa histórica que relata o início da igreja e não é necessariamente normativa/exemplar para a prática cristã de hoje; para fundamentar esse ponto de vista eles citam os livros doutrinários do Novo Testamento (como Romanos), que indiscutivelmente fornecem diretrizes normativas para a ortopraxia do cristão hoje. Abraçar a posição do segundo batismo pode levar a uma fé pessoal excessivamente subjetiva e mística onde muita ênfase é colocada na orientação interna, pessoal, em detrimento da revelação objetiva da Escritura que é externa, fora de si mesmo. Mas tendo dito isso e deixado clara minha posição, há muitos cristãos não adeptos do segundo batismo cuja ortopraxia revela pouco lugar para o Consolador agir (tocando ou conduzindo) em sua experiência cristã; há neles um excesso de confiança na Escritura apenas como fonte objetiva, externa de orientação. Estes evangelicais são muitas vezes caracterizados por uma abordagem rígida e legalista das Escrituras com uma manifestação do cristianismo pouco apresentável (ou na minha humilde opinião, pouco atraente). Tudo isso para ilustrar que a teologia é importante hoje. É extremamente importante porque a ortodoxia de alguém (seu entendimento teológico) conduz à sua ortopraxia (a prática decorrente de sua fé).